Estar na Pele da Bruli: Página 12

O ano só começou agora?


Pois é minha gente, eu estava meio grogue nesses últimos tempos (perdão pelo sumiço) e mal conseguia redigir uma qualquer palavra a qualquer ser humano, era uma espécie de um casulo, mas um casulo muito que mal enrolado que a vida me forçou a viver. Eu estava infeliz, incompleta, incomodada, com medo, cheia de perrengues, perguntas sem respostas e uma inquietude que ficava me atacando praticamente o dia todo. Esses últimos meses foram desafiantes demais; e é claro que eu tinha a sensação que uma hora ia passar, mas pqp, pela nossa senhora da bicicletinha, haja meditação, choro no banho, na janela, no chá, em tudo o que é canto…

Quando eu fico chata assim, eu sei que eu preciso dar uma afastada de tudo e todas, tomar muito cuidado pra não descontar nas pessoas esse meu descontentamento, e tomar cuidado pra não descontar em mim mesma. E eu entrei com tudo na vítima: “ninguém gosta de mim” “coitada de mim” “o que estou fazendo aqui nessa fucking dimensão”... Eu juro que vivi uns três meses no automático, puro automatismo mesmo, quase que uma inteligência artificial tomou conta de mim rs, e eu percebia tudo isso, mas não tinha muita força pra lutar, estava meio adormecida e me entreguei ao processo.

O meu termômetro e senso estava quase que quebrado e levou um tempinho pra dar uma estabilizada de novo nele.

E sabe como a minha vítima foi embora? eu fiquei acamada, não bastasse a tremenda insatisfação com tudo, eu comi algum barato infectado e ganhei uma infecção alimentar. Era mais indisposição que vinha por aí, zero vontades de comer, moleza, vómitos, diarreias e outras mais “eias” e “peias” que tomaram conta de mim.

Mas todo esse paranauê só me fez querer sair desse fundo do poço de vez. E a medida que eu ia melhorando um pouquinho eu ia me dando conta que esse piriri todo foi meio que um impulsionador da dor pra me trazer de volta pra vida, e me relembrar que estou agraciada por viver o caos todo que é estar nessa aventura terrena.

Eu virei uma quase adulta mística que agradecia a cada maçã que eu podia comer ser regurgitar de volta, a cada vez que meu intestino parecia se regular… mas olha, é um sufoco virar gente grande é assumir nossos b.o. sem colocar a culpa em nada e ninguém, né? e o bom é que a gente vai mudando de fase e aprendendo novas lições (graças a deusa)

Eu abri esses dias o oráculo das deusas, e lá estava Bast (deusa gata literalmente) me dizendo pra rir mais da vida, me divertir, tirar o peso dos ombros. É um tremendo de um clichê falar isso, e acho que já disse isso aqui no blog, mas vale (me) relembrar que isso passa, tudo na vida passa. viva a impermanência! 

Pra mim o ano começou bem estranho lá em janeiro, era uma misto de vamos dar jeito nesse pais finalmente, o pior já passou e agora podemos respirar, mas eu confesso que sentia que ainda precisava dar um jeito em mim mesma. Estava estranha, sonhando umas coisas nada a ver, dormindo demais, pesada, cansada, exausta, fria, polarizada, reclamona, sem forças, com sensação de “ai, meu deus, agora que os ets vão chegar de vez na terra”, grandes embates internos e externos, a luta do bem e do mal, deus e o diabo… “aí não aguento mais, vou cair e chorar com todas as minhas forças”. AAAAAAAAAAA

Ufa! acho que agora que estou falando sobre, me dá a sensação que o desconforto todo foi embora e que possivelmente aprendi mais uma lição. E se eu não aprendi, ela volta em outro momento da vida numa nova espiral pra ver se eu capto o ensinamento.

Eu conversei com algumas amigas que também estavam insatisfeitas, elas também ficaram assim meio gósmicas jogadas, o próprio terreiro que eu frequento vai fazer sua primeira festa de santo só agora em abril, meus amigos artistas estão tendo trabalhos mais legais e mais oportunidades só agora.

O próprio eclipse solar também veio com força total banhado pelo começo de jornada de áries.

E aí eu solto a perguntinha pra você: o ano começou só agora?

***

Bruli Maria

Se declara uma cuidadora do planeta, apaixonada por gatos e multi-artista, trabalha como: atriz, dj, modelo, taróloga, micro-influenciadora e terapeuta; e agora se aventura no universo da escrita também por aqui. Mora na mata atlântica de Nazaré Paulista, o que a permite uma escuta profunda com a vida e com a natureza.

Bruli Maria

Bruli se declara uma cuidadora do planeta e apaixonada por gatos, trabalha como atriz, modelo, criatura de conteúdo e terapeuta; e agora se aventura no universo da escrita também por aqui e em outros cantos também. Atualmente mora em São Paulo e é integrante do Teatro Oficina Uzyna Uzona.

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