Estar na Pele de Rhaviel: Página 03

Apenas um desabafo criativo de um escritor frustrado, na perspectiva de seu eu lírico

Rhabilla respirava, ofegante, sentado no chão, enfrente ao vaso pálido do banheiro. O gosto amargo de tudo que ele botou para fora impregnado na sua boca, assim como o cheiro que tomava suas narinas sensíveis. Seu estômago, agora vazio, doía pelo esforço que fez. Sua mente gritava em culpa, se não tivesse exagerado, aquilo não teria acontecido novamente. Ele apertava seus próprios braços, quase cravando as unhas na própria pele por baixo da camisa, parte dele sabia que não era sua culpa, mas não conseguia deixar de pensar assim, e quando começou a pensar assim? Nem ele sabia, quando menos percebeu, já havia se tornado comum, como se fosse parte da rotina, da sua própria rotina problemática e bagunçada. Lentamente, ele levanta daquele chão gelado, seu corpo ainda fraco pelos últimos minutos, mas com esforço, vai até a pia. Ele caminha até aquela pia marmorizada e sem vida. Ligando a torneira, ele joga água na cara, resfriando o próprio rosto quente. Estranhamente, ele já sentia seu rosto meio úmido, um úmido quente, como se tivesse chorado, se ele estava chorando, nem ele sabia, não tinha certeza, até se perguntava, "quando tinha sido a última vez que chorou?" Ele não fazia ideia, talvez todos aqueles que o chamaram de pedra fria na adolescência tivessem razão, talvez ele fosse mesmo, afinal, não conseguia sentir nada, nem mesmo nessa situação, nem após ter feito o que fez, não sentia um pingo de emoção. Ele seca o rosto, limpando qualquer traço de um possível sentimentalismo, e por fim, escova os dentes, se livrando daquele gosto e cheiro amargo que habitavam ali, limpando qualquer vestígio do que aconteceu. Ele agiria normalmente, como sempre fez, e ninguém questionária ou perguntaria, como sempre fizeram, "talvez isso trouxesse sua própria destruição", ele pensava, mas não se importava muito, já estava cavando sua própria cova a anos, tentar parar agora não mudaria nada, ou mudaria? Ele não sabia, mas talvez devesse tentar, só para variar? Talvez não, achava que seria só uma perda de tempo. Uma voz ecoa na sua cabeça, "você está bem?" Aquela não era sua voz, nem a voz da sua mente, "Qualquer coisa, pode falar comigo", Rhabilla não sabia se podia contar, de certa forma, aquele cara estava bem longe de ser um conhecido, era apenas um estranho, um estranho que não largava do seu pé, mesmo que ele tentasse, "Tô aqui pra ajudar", ele estava? Ele realmente ajudaria? Talvez não, Rhabilla fortemente achava que não, achava que ele iria embora assim que soubesse, assim que descobrisse a verdade, mas algo em si pensava que talvez, só talvez, pudesse tentar, afinal, ele já não tinha mais nada a perder.

Mal sabia ele, que dessa vez, não se arrependeria...


***

Rhaviel

Oi.

Meu nome é Rhaviel, e sou um adolescente passando para o estágio de jovem adulto.

Ainda existem muitas coisas em minha mente que se encontram tão nubladas, que sou incapaz de ver um palmo à minha frente, mas quem sabe, com um pouco de arte, escrita, e um toquezinho de filosofia não sejamos capazes de tornar essa névoa mais branda?

Se tiver afim de conversar me procure lá no Instagram: 77.Haru.77

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*As opiniões expressas na coluna Estar na Pele não refletem diretamente as posições editoriais do Instituto Bem do Estar, são baseadas nas experiências dos colunistas e suas versões do fato, sendo a ideia da coluna um diário aberto onde autores podem expressar suas experiências de forma genuína se aproximando dos leitores.

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