Estar na Pele da Adriana: Página 18
A EXPERIÊNCIA NÃO- EXECUTIVA
Acredito que nesse mundo e no mundo etéreo (uma das certezas que carrego), a única e mais importante bagagem é a experiência.
Um punhado de vivências, de valor tão gigantesco, que faz morada numa parte tão pequena no nosso cérebro.
Tão crucial que nos define o que somos hoje e o que carregaremos amanhã, mas nem sempre nos damos conta disso.
De ajustar a rota e deixar morrer a conduta e os valores tóxicos.
De iniciar o profundo e extremamente compensatório caminho do autoconhecimento.
Cito aqui uma nova bagagem adquirida: a nefropatia por iga, ou doença de Berger como preferirem.
Herança, referência, consequência, ponto de retorno, adiciono vários nomes a essa nova condição.
Essa doença renal crônica não tem cura.
Posso morrer dela e com ela, pois sua evolução é lenta, ou não.
Ela é detentora do gatilho dessa roleta russa.
Autoimune, o que para mim, dá um tom mais significativo.
Meus anticorpos atacando as minhas próprias células, estariam reproduzindo a falta de amor próprio que alimentei todo esse tempo?
O grau de consciência das ações rotineiras mudou.
Imagine das grandes.
Exames trimestrais, alterações que geram instabilidade, me fazem repensar, criando um monólogo silencioso roteirizado em minha mente.
E os “hojes” e “ontems” são destilados para extrair uma experiência mais rica, um extrato concentrado, com boas doses de lições que procuro beber diariamente.
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Adriana Katsutani Lerner
Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini. Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.