Estar na Pele da Letícia: Página 08
Dá pra acreditar que meu último Estar na Pele foi escrito há um ano? Pois é, vou explicar.
De julho do ano passado para cá, as coisas ficaram intensas. No penúltimo ano da faculdade, era hora de escolher um tema para meu TCC, enquanto iniciava o cursinho para a temida prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Para além de tudo isso, o trabalho começou a exigir ainda mais de mim.
Foram meses de dúvidas constantes, sem saber e sem conseguir equilibrar todos os pratos no ar. Largar o emprego? Trancar o curso? Desistir da carteirinha vermelha? Essas perguntas passavam pela minha cabeça diariamente, quase que em looping.
Isso foi, acima de tudo, uma estratégia: toda a maratona de estresse constante e arrebatador que eu estava vivenciando teria como linha de chegada uma prova que exigiria de mim um controle emocional gigantesco. Eu sabia que se não cuidasse da minha saúde mental, estaria sabotando 90% das minhas chances de passar na OAB.
No fim, tendo passado por esse desafio, posso afirmar que tenho plena convicção que se eu não tivesse empreendido tantos esforços para controlar a ansiedade, pouco me seria útil o conteúdo jurídico.
Mas, e agora?
Depois do resultado, senti um dos maiores alívios que já experimentei. Finalmente esse período difícil tinha terminado e as primeiras semanas que seguiram a aprovação me fizeram sentir leveza. Eu acordava bem, passava o dia bem, ia dormir bem…
As pequenas intercorrências do dia não eram capazes de me abalar, o pior tinha passado. Eu repetia “tudo se resolve” quando um problema aparecia. Lindo, né?
Poucos meses depois, a leveza foi me deixando. A ansiedade pedia licença para voltar, novos obstáculos apareciam. E ficou a dúvida: consigo resgatar o estado de intensa felicidade depois de uma notícia excelente?
A vida seguiu seu curso, isso é fato. O que era uma novidade na minha vida há 2 meses atrás (finalmente advogada!), hoje é meu dia a dia. Só que eu não quero voltar (nunca) aos níveis de estresse experimentado nos últimos 365 dias.
E isso depende principalmente de mim, de como eu reajo ao mundo ao meu redor. Posso até não encontrar a leveza com a facilidade que me vinha há algum tempo atrás, ainda imersa no êxtase de um resultado positivo para a minha carreira. Mas quero buscar essa leveza todos os dias, me agarrar a ela e a todo o bem que me trouxe. Espero conseguir.
Estou feliz em poder compartilhar os próximos capítulos dessa jornada por aqui!
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Letícia Cais
Letícia é estudante de Direito e autora de “Gira, o livro”. Canceriana, sente tudo com intensidade. Começou a publicar seus textos na internet em 2016 e nunca mais parou.
Apaixonada pela escrita e por tudo que ela proporciona, encontrou nas palavras um refúgio para suas reflexões.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.