Estar na Pele da Liz: Página 04

Lembram que eu comentei sobre o mau cheiro do bueiro, os inconvenientes do meio do caminho,  lidar com as fragilidades, então.. tá tudo rolando junto e ao mesmo tempo! Tá fedendo pra caramba! 

Às vezes me pergunto se quero mesmo passar por isso ou se não está sendo uma punição  masoquista…confesso ter dúvidas. Tenho percebido que tirar o remédio é entrar em contato com  a minha própria sombra, com o meu lado mais obscuro, ou seja, com todos os defeitos e impulsos  que gostaria de negar em mim mesma. Fim! Brincadeira. O que eu vejo que está acontecendo  agora no meu processo é que estou enxergando somente a sombra e, preciso lembrar, que sou  além dela.. ou não! Ou sou a própria Rainha Má dos Contos de Fadas mesmo.. e sim meus  amigos, isso é tirar os antidepressivos. É ter contato com o seu verdadeiro eu, sem nenhum tipo de  “anestésico”. 

Uma vez escrevi aqui sobre sentar de frente comigo e bater um papo, esse momento também  chegou, está acontecendo e muitas das vezes quero dizer: chuta que é macumba!! Porque quero  negar tudo o que eu vejo nessa "outra" Liz. Talvez na verdadeira, mas nessa "nova" versão que  está se construindo e estou me descobrindo SER.

Ainda é um caminho de muito medo, muitas  inseguranças, não gosto muito do que vejo sem os fármacos mas virar a cara pra isso é virar a  cara para mim, para o meu mais puro SER.

Me vejo chegando perto e tentando fazer amizade  com essa “Evil Queen” para que possamos ser apenas uma, nem a puramente sombra e nem a  puramente química. Há de haver um caminho ao sol onde possa nublar e chover de vez em  quando, sem que isso seja um conflito. 

Uma das formas que encontrei de me comunicar com a Malévola - sem ser através do sofrimento  - foi retomando o meu contato com as artes. Desde a infância, sempre fui muito ligada a música e  a dança, ao longo da vida fui deixando isso de lado e acho que está na hora de reviver esse  prazer dentro de mim. É isso que alimenta a minha alma, ou talvez a minha criança interior.  Pensando nisso, fui atrás de dar vazão a essa intensidade sombria e encontrei também um novo  desafio, a pintura em tela! Quem sabe não nasce uma Liz Da Vinci?

***

Liz Ferreira

É estudante de psicanálise e apaixonada por seres humanos e seus conflitos. 

Em 2020, no auge da pandemia, criou um blog onde expunha seus sentimentos e pensamentos, que nada mais era do que um exercício de saúde mental. 

Seu propósito de vida é acolher as pessoas, mostrando que tudo o que elas dizem, pensam e sentem são importantes.

Liz Ferreira

É estudante de psicanálise e apaixonada por seres humanos e seus conflitos. 

Em 2020, no auge da pandemia, criou um blog onde expunha seus sentimentos e pensamentos, que nada mais era do que um exercício de saúde mental. 

Seu propósito de vida é acolher as pessoas, mostrando que tudo o que elas dizem, pensam e sentem são importantes.


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