Estar na Pele da Letícia: Página 11
Oi, como vai você?
Volta e meia começo essas páginas dizendo ‘faz um tempo que não apareço por aqui’, como consequência de uma rotina corrida à beça que faz com que o tempo voe e os meses escapem de mim com frequência.
Temos uma tendência à correria, não é?
Estamos em uma constante maratona sem linha de chegada, em que para ‘subir no pódio’ é sempre preciso ir além.
Reparo muito nisso em relação aos momentos de descanso. Obviamente, o descanso ativo faz um bem danado para a nossa mente. Exercícios físicos, hobbies, interações sociais… Tudo isso faz parte de uma teia de autocuidado.
Mas, não fazer nada também é necessário.
Mesmo quando estamos fazendo nossas tarefas diárias, estamos nos bombardeando de conteúdos e entretenimento. Rolando um feed do Instagram enquanto comemos, escutando podcasts lavando louça e assistindo séries enquanto andamos na esteira.
E aí, acaba que não nos sobra tempo para silenciar. De estar completamente presentes e imersos naquilo que estamos fazendo ou deixando de fazer.
Talvez isso seja um pouco sobre medo, já que todas essas coisas que citei são escapes e nos permitem não ficarmos sozinhos com nossos próprios pensamentos.
Consequentemente, nos permitem não encarar as coisas que mais tememos. Como, por exemplo, se estamos de fato felizes na carreira que escolhemos, se queremos manter um relacionamento que tem sido desgastante, se caminhamos em direção à nossa melhor versão…
Veja, o silêncio é assustador. E, na palma de nossas mãos está a solução: podemos fugir incansavelmente daquilo que nos perturba. Podemos estar constante e permanentemente conectados com o mundo… e desconectados de nós.
Dou o braço a torcer que é irreal pensar em 24 horas off-line assim no meio da semana para nós que temos obrigações contratuais a cumprir e um emprego a manter.
Mas, essa página acaba sendo um convite para inserirmos mais esses momentos ‘off’ no nosso dia a dia. Convidar o silêncio para tomar uma xícara de chá. Trocar os minutos no feed por um tempo observando a movimentação da rua. Cozinhar sem distrações, prestando atenção nos pensamentos que emergem.
Quem sabe você não se surpreende? Pode ser que do silêncio nasce a paz que tanto te faltava.
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Letícia Cais
Letícia é formada em Direito e autora de “Gira, o livro”. Canceriana, sente tudo com intensidade. Começou a publicar seus textos na internet em 2016 e nunca mais parou.
Apaixonada pela escrita e por tudo que ela proporciona, encontrou nas palavras um refúgio para suas reflexões.
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*As opiniões expressas na coluna Estar na Pele não refletem diretamente as posições editoriais do Instituto Bem do Estar, são baseadas nas experiências dos colunistas e suas versões do fato, sendo a ideia da coluna um diário aberto onde autores podem expressar suas experiências de forma genuína se aproximando dos leitores.
Não hesite em procurar ajuda profissional, sofrimento emocional não é normal e você não precisa passar por isso sozinho:
Um poema sem fim" é como a Laura descreve seu processo terapêutico. Entre sonhos realizados e sentimentos de falta, ela compartilha a realidade de viver em meio a contradições. Tanta vontade de viver, mas também o peso de uma leveza que parece desconfortável.