A Importância e o papel do Sexo na busca pelo equilíbrio no contexto de Saúde Mental - Parte 1
A prática sexual não é restrita à reprodução humana, está mais ligada à saúde e a sobrevivência do que a multiplicação da raça. O ato de fazer sexo, o flerte, orgasmo e a estimulação do prazer pelo filtro da sexualidade tem uma função importante no nosso sistema neuroendócrino, ou seja, colabora para que as células trabalhem corretamente, ajudando no alcance da homeostase, por conta da alta produção e liberação de harmônios do prazer e da satisfação, fica muito mais fácil para o corpo alcançar o equilíbrio.
O sexo tem um papel fundamental no contexto das emoções que nos levam a sentirmos felicidade, completude, pertencimento e motivação. Além de prevenir a depressão, também combate a ansiedade crônica, potencializa a calma e proporciona relaxamento em abundância pela liberação de neurotransmissores específicos como a dopamina e oxitocina que tem, também, efeitos analgésicos. Porém, apesar de todos esses benefícios facilmente alcançáveis a qualquer ser humano por intermédio do prazer sexual, com ou sem parceiros e parceiras, alguns comportamentos sociais e individuais fazem inferências nesse funcionamento que podem deturpar as relações sexuais a ponto de causar disfunções significativas no equilíbrio físico e na saúde da mente por não serem saudáveis no que se refere ao instinto, a nossa natureza e ao desejo propriamente dito.
Sexo definitivamente não é restrito a penetração, são inúmeras as possibilidades e vivências possíveis, nem sempre precisa envolver a nudez total por exemplo, mas em todas as situações envolvem a estimulação as zonas erógenas, regiões que proporcionam muito prazer ao serem tocadas, ou algum dos nossos principais sentidos físicos. Lembrando que zonas erógenas são subjetivas a todo ser humano, e que principalmente não estão limitadas as genitálias. Tal subjetividade evidencia também que o gênero e a performance identitária da pessoa não interfere na sua potência de obter e proporcionar prazer. Inclusive, as pessoas com maior capacidade de imaginação, as mais flexíveis a diversidade, as mais abertas as possibilidades provavelmente desenvolvem uma relação muito mais saudável, prazerosa e potente com o sexo.
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João Vitor Borges
Psicólogo Clínico e Social. Escreve textos e reflexões gerais com ênfase em comportamento social e saúde mental.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.