Estar na Pele da Adriana: Página 08

MEU CASO DE AMOR 


Recentemente assisti a Mulher Rei, filme com a maravilhosa Viola Davis. 

Sem dar spoilers e resumindo, conta a história de um grupo de mulheres guerreiras, verdadeiro exército feminino, que lutam contra a escravização de seu povo, além de também abordar inúmeras mensagens que ainda valem para a reflexão nos dias de hoje (o filme é baseado em fatos reais). 

Saí do cinema com um soco no estômago. 

Triste porque o que foi retratado em toda sua liberdade poética dentre os séculos XVIII e XIX, me serviu como um espelho, pois infelizmente ainda hoje somos vilipendiadas por uma sociedade altamente masculina. 

Cenas demonstradas por uma dura violência física, mas também emocional, como exemplo, a necessidade de ser forte e suprimir sua alma feminina/mulher geradora de outra vida, para se tornar uma máquina de batalha. 

Cenas da vida real, que ocorrem no nosso país, no nosso bairro e às vezes nas nossas vidas. 

Nesse momento, me enxerguei e fiz uma conexão com certos desafios daquelas mulheres guerreiras, e com os meus, mesmo que de forma bem mais sutil. 

Eu, mulher, descendente de japoneses, cor amarela, cis, classe média enfrento minhas batalhas diárias e pessoais para me enquadrar no padrão da “normalidade social.” 

“Não, não tive problemas para engravidar, não sou mãe por opção e está tudo bem no meu casamento”...

“Sim, casei com judeu e sou evangélica, nos respeitamos e estamos juntos a mais de 20 anos”...

“Sim, creio em Jesus Cristo e nos seus ensinamentos, mas tenho amor a outras crenças sim, meus avós eram budistas e tive uma vizinha muito querida que era mãe de santo, e guardo no meu coração até hoje todo o carinho e amor que ela teve por mim, além dos seus sábios conselhos”...

“Não, no momento não trabalho, estudo e sou dona de casa”...

Quantas vezes precisarei me justificar por “não estar no padrão do sistema?”

Quantas vezes tive que suprimir meu lado feminino na minha profissão para me fazer ser ouvida?

Quantas vezes sofri por estar acima do peso e não estar dentro dos padrões massacrantes do sistema que só acusa e não prioriza nossa saúde emocional?   

Dia desses ouvi no canal Escola de inteligência do Dr. Augusto Cury que a mulher deve aprender a se namorar, ter um caso de amor consigo e se apaixonar pelo seu DNA.

Amei e me pedi em namoro na mesma hora! rsrsrs.. 

Porque somente tendo esse caso de amor comigo é que terei entendimento de quão tóxico e perigosas são essas armadilhas, padrões que nos fazem adoecer mentalmente, pois na tentativa de te obrigar a se encaixar, tentam arrancar de você o seu brilho pessoal e único. 

E é aí que a cada vez que eu me conheço mais a fundo, vou criando mais intimidade nesse namoro, e descartando tudo o que não serve mais no meu banco de memórias. 

Jogo fora frustrações, crenças limitantes, baixa auto estima para deixar transparecer quem eu sou: mulher, linda, maravilhosa, imperfeita graças a Deus, amante de mim mesma, e apaixonada por mim até o fim! 

 Esse caso de amor pode durar uma vida inteira, mas vai valer a pena ter vivido. 

***

Adriana Katsutani Lerner

Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini. Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.

Adriana Katsutani Lerner

Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini.

Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.

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