Estar na Pele da Adriana: Página 03
Sobre o consumo
As festividades de final de ano estão chegando, e com elas a oportunidade de fazer o “velho” balanço de 2022. Senti (e ainda sinto) o efeito “chacoalhada pós pandemia” em todas as áreas da minha vida.
O que é primordial ainda se conecta e se prende na “árvore”, mas o resto se foi (graças a Deus!) como frutas decompostas, galhos quebrados e folhas secas.
Um “galho” que se foi: o comportamento consumista. O ter para ser, parecia exercer como um mantra em minha mente. Me permiti que a marketeira de formação influenciasse meus valores pessoais de modo deturpado, onde consumo e a construção de imagem acabaram ganhando proporções nada saudáveis nos meus hábitos de consumo.
Com o lockdown tive que forçosamente olhar para dentro e iniciar uma faxina geral (em todos os sentidos). Vi que o acúmulo de bens chamados supérfluos eram na verdade um peso que carregava com o intuito de preencher não somente o armário, mas um vazio existencial que aparentemente parecia não ter fim.
O desequilíbrio das contas veio como consequência, e esse foi o melhor ultimato que a vida me deu: ou parava de consumir acima do que poderia arcar, ou continuava a alimentar um modo de vida destrutivo.
Para atingir esse ponto de equilíbrio, foi necessário contar com mais braços e pernas além dos meus. Tive que desmistificar o orgulho da imagem da mulher independente e auto suficiente e pedir ajuda. Entendi que para essa correção de rota, necessitava dividir com meu marido meus erros, por mais doloroso e humilhante que fosse.
Sim, essa trajetória é uma via de mão dupla, pois acarreta na vida financeira e emocional do casal. Hoje sou muito grata ao apoio, compreensão e ajuda do Rogério, meu marido e meu melhor amigo.
Nesse balanço de 22, olharei para trás com a certeza de que tive muito mais dividendos do que perdas, resultado de hábitos e comportamentos de consumo mais equilibrados.
Ainda tenho muito o que aprender, mas o que já tenho ciência é de que nunca foram técnicas financeiras ou fórmulas mirabolantes que me proporcionaram hábitos de consumo equilibrados, foi apenas olhar pra dentro, e aceitar como sou.
Pode parecer simples, mas no meu caso, desenvolver essa consciência proporcionou aprendizados enormes, um deles foi: não há equilíbrio financeiro sem equilíbrio emocional.
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Adriana Katsutani Lerner
Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini. Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.