Estar na Pele da Adriana: Página 13
VOZES
Vindo de uma família de ascendência oriental, o esforço e o foco para atingir a perfeição era praticado frequentemente, principalmente nos estudos.
Já quero deixar um parêntesis aqui: a busca pela perfeição ou uma extrema dedicação comumente relacionados aos japoneses, nesse caso não é retratado como estigma com a intenção de rotular.
Eu retrato aqui a minha vivência pessoal, sem ampliar ou projetar para temas maiores como etnias ou classes.
Voltando ao assunto, desde pequena, fui orientada a fazer o melhor, para me ajustar na caixinha estruturante da sociedade. Eu acredito que essa educação e valores também façam parte dos valores pessoais da minha família.
O objetivo era construir uma estrutura sólida: estudos, carreira, família, posses, segurança.
Diante desse cenário me cobrava frequentemente, a autocrítica era potente, e o autojulgamento vinha de uma forma avassaladora.
A voz interior fala consistentemente que “não sou o suficiente boa”, “ainda não estou 100%”, “falta isso ou aquilo”…
Uma voz que acaba tomando forma cada vez mais tóxica como: “você nunca vai conseguir”, “isso é muito difícil para você".... e as tais crenças limitantes tomavam forma.
O próximo passo foi “isso é demais para você”… e pronto: a síndrome do impostor se somou a essa construção pesada alojada sobre os seus ombros.
Sinto meu respirar aliviado após ouvir essa nova voz, e deixar ir embora a outra de senso tão crítico.
E está tudo bem. E eu te amo. Frases tão poderosas que derrubaram a tonelada alojada nos meus ombros.
É como disse a grande Clarice Lispector: “Haverá outro modo de salvar-se senão o de criar a própria realidade?”
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Adriana Katsutani Lerner
Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini. Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.