Saúde da Mente e LGBTQIAPN+

Bem-vinde a Ser LGBTQIAPN+!

Substitua preconceito por informação correta.

Foto: Cecilie Johnsen / Unsplash

Junho é considerado o mês do orgulho LGBTQIAPN+, período dedicado à celebração, conscientização e promoção dos direitos e igualdade da comunidade. Mas sabemos que essa luta ainda é muito árdua e pesquisas nos mostram impactos na saúde da mente desse grupo que enfrenta desafios únicos. Alguns fatores que podem contribuir para isso incluem discriminação, estigma, falta de apoio social, rejeição familiar, violência, bullying e experiências de trauma, além do fato da comunidade LGBTQIAPN+ estar em maior risco de desenvolver problemas como depressão, ansiedade, ideação suicida, abuso de substâncias e transtornos alimentares. 

 


Que tal entendermos um pouco mais do universo de cada grupo e o significado de cada letra da sigla LGBTQIAPN+?

Vamos então começar de trás para frente


O símbolo de + engloba outras identidades não mencionadas anteriormente e representa a diversidade em constante evolução dentro da comunidade. A inclusão do "+" demonstra um compromisso de reconhecer a diversidade e em garantir que todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, se sintam incluídas e representadas na luta pela igualdade e direitos LGBTQIAPN+.


N: Pessoas não-binárias são aquelas que não se enquadram exclusivamente nas categorias binárias de homem ou mulher. Elas podem se identificar como um gênero além dessas categorias ou podem não se identificar com nenhum gênero específico. Alguns desafios encontrados por esse grupo são a falta de reconhecimento e visibilidade, que levam à negação de sua existência por parte da sociedade; discriminação e estigmas; dificuldades em acessar serviços de saúde que respeitem e compreendam suas identidades de gênero; questões legais e de documentação como identificação oficial, documentos de viagem e acesso a benefícios legais e sociais; rejeição por parte de suas famílias, amigos e comunidades e a falta de apoio social que trazem um impacto negativo na saúde mental.


P: Pansexual é uma orientação sexual em que uma pessoa é atraída por indivíduos independentemente do gênero ou identidade de gênero incluindo mulheres, homens, pessoas não-binárias e outras identidades de gênero. Algumas questões comuns enfrentadas pelas pessoas pansexuais são invisibilidade e invalidação, quando frequentemente são mal compreendidas ou confundidas com bissexualidade; a alegação de que são "confusos" ou "promíscuos", supondo sua orientação é apenas uma “fase”; a hipersexualização quando vistas como sexualmente insaciáveis ou incapazes de ter relacionamentos sérios e comprometidos; e discriminação e rejeição pela família, amigos e sociedade.


A: Assexuais são pessoas que experimentam uma falta de atração sexual significativa ou nula por outras pessoas, independentemente do gênero. Esse grupo encontra diversas dificuldades e desafios como incompreensão e invalidação da sociedade, que assume que o interesse sexual é uma parte inerente da experiência humana; pressão cultural quando coloca uma grande ênfase na sexualidade e na importância de relacionamentos românticos e sexuais, levando pessoas assexuais a se engajar em atividades sexuais que não lhes interessam; estigmas e rótulos pejorativos como “frios”, “estranhos” ou “anormais”; dificuldade de encontrar parceiros ou parceiras que compreendam e respeitem a falta de interesse sexual; e falta de acesso a informações e apoio adequados.


I: Intersexuais são pessoas que nascem com características sexuais que não se enquadram estritamente nas definições típicas de masculino ou feminino. Essas variações podem ser visíveis, como genitália ambígua, ou não visíveis, como diferenças cromossômicas ou hormonais.  Relatam dificuldades como estigma e falta de compreensão da sociedade; intervenções médicas não consensuais como cirurgias genitais irreversíveis, em uma tentativa de se conformar às normas binárias de gênero; acesso a cuidados de saúde adequados; e reconhecimento e direitos legais.


Q: O termo "queer" é usado como uma forma de autoidentificação para pessoas que não se encaixam nas normas de gênero e sexualidade predominantes. Pode ser usado por pessoas que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, pansexuais, assexuais, transgêneros, não-binárias e outras identidades não conformes. O termo "queer" é um guarda-chuva que abrange uma ampla gama de identidades e expressões de gênero e sexualidade. Pessoas queer enfrentam muitas dificuldades como discriminação; preconceito; rejeição familiar e falta de apoio; direitos e igualdade; e falta de representatividade.


T: Pessoas trans são aquelas cuja identidade de gênero difere do sexo que lhes foi atribuído no nascimento. Por exemplo, uma pessoa designada como masculina ao nascer, mas que se identifica como feminina, é uma mulher trans. Da mesma forma, uma pessoa designada como feminina ao nascer, mas que se identifica como masculina, é um homem trans. O desafios mais frequentes são discriminação e estigma, apresentada como preconceito, exclusão social, violência verbal ou física e desigualdade de oportunidades em várias áreas da vida, como emprego, moradia e cuidados de saúde; desafios legais e burocráticos, onde muitos lugares ainda possuem procedimentos complexos e exigências rígidas para a mudança de nome e gênero nos documentos oficiais, rejeição e falta de apoio que levam à solidão e ao sentimento de não pertencimento.


B: Pessoas bissexuais são aquelas que têm a capacidade de sentir atração emocional, romântica e/ou sexual por pessoas de mais de um gênero. Essa atração pode ser tanto por pessoas do mesmo gênero quanto por pessoas de outros gêneros. Esse grupo de pessoas encontram muitas dificuldades como invisibilidade, quando a sociedade adota uma visão binária da sexualidade, assumindo que as pessoas são exclusivamente heterossexuais ou homossexuais, ou quando pensam que um bissexual é na verdade um homossexual, mas que ainda não teve coragem de se revelar; muitas vezes são vistos como sexualmente confusos e promíscuos; dificuldades na aceitação; conflitos nos relacionamentos com pessoas monossexuais devido a inseguranças, medo de traição achando que a probabilidade de serem traídas ou trocadas é maior; e falta de apoio em suas comunidades, incluindo rejeição de amigos, familiares e colegas


G: Pessoas gays são aquelas que têm atração emocional, romântica e/ou sexual  pessoas do mesmo gênero. O termo "gay" é frequentemente usado para descrever homens que se identificam como tal, mas também pode ser utilizado de forma mais abrangente para incluir pessoas de outros gêneros. Seus desafios e dificuldades podem ser exclusão social, bullying e violência até discriminação no local de trabalho, negação de serviços e desigualdade de direitos legais; riscos de problemas de saúde da mente, como depressão, ansiedade e suicídio; rejeição e  falta de apoio social, acesso a direitos e igualdade, e aceitação de sua própria identidade no processo de se assumir para si mesmas e para os outros


L: Lésbicas são mulheres que têm atração emocional, romântica e/ou sexual por outras mulheres. Essa orientação sexual é exclusivamente voltada para pessoas do mesmo gênero. As lésbicas enfrentam uma variedade de desafios e dificuldades como estigma e discriminação; aceitação familiar e social; direitos legais e igualdade; saúde mental e bem-estar; e acesso a cuidados de saúde adequados. 


Embora tenhamos tido progresso em termos de reconhecimento dos direitos da comunidade, ainda existem muitas barreiras a serem superadas.

É crucial que tenhamos mais informação disseminada, gerando a conscientização das pessoas e, consequentemente, reduzindo o estigma que envolve o tema.

Além de, é claro, mais recursos, serviços de saúde mental acessíveis e preparados para o atendimento inclusivo da comunidade. E para que isto aconteça é imprescindível que a sociedade como um todo trabalhe nesta luta.

O Instituto Bem do Estar é um agente ativo e desempenha um papel fundamental no avanço da conscientização, luta para maior igualdade e combate à discriminação. Ao promover a igualdade, inclusão e respeito, podemos criar um mundo mais justo e acolhedor para todas as pessoas, independentemente da sua orientação sexual ou identidade de gênero.


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Ricardo  Milito

Diretor Científico do Instituto Bem do Estar. Psicólogo e administrador com experiência no segmento organizacional e projetos sociais. Curioso, observador e disposto a ajudar as pessoas buscarem respostas para suas questões. Acredita no potencial do ser humano.

Ricardo Milito

Membro do Conselho de Administração do Instituto Bem do Estar e estudante de Psicologia, com experiência em projetos sociais, acredita no potencial do ser humano. Curioso, observador e disposto a ajudar as pessoas a buscarem respostas para suas questões.

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