Estar na Pele da Adriana: Página 24
STRIP
O que sobra quando você se despe de tudo que não é necessário?
E num contraponto radical, o que acontece quando o que resta são as sobras desnecessárias, e o essencial se esvaiu há muito tempo?
Vejo uma multidão de múmias ocas, enlatadas, fazendo parte de uma onda sem identidade, sem voz própria, sem personalidade alguma.
Nos tornamos seres desconectados, insensíveis, e projetamos esse vazio existencial nos olhos dos outros.
Desde quando “fazer parte” e “ser aceito” se tornou tão tóxico nos dias de hoje?
Histórias são desenhadas sob a batuta da linha de produção.
Pensamentos, ações, criações, todos similares.
A falta de ineditismo e o destacar-se na multidão tornou-se vergonhoso.
Que triste.
Histórias de roteiros previsíveis do começo ao fim.
Mas sou otimista e acredito que ainda dá tempo de despertarmos.
“You can only have it all, if you give it all away.
To let it go, so not to fade away.
I’m wide awake.
I’m not sleeping.”
U2 - Bad
*(Você só poderá ter tudo, se você se despojar de tudo.
Deixe ir, dessa forma você não se desfalecerá.
Eu estou bem desperto. Eu não estou dormindo)
*tradução livre
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Adriana Katsutani Lerner
Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini. Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.
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*As opiniões expressas na coluna Estar na Pele não refletem diretamente as posições editoriais do Instituto Bem do Estar, são baseadas nas experiências dos colunistas e suas versões do fato, sendo a ideia da coluna um diário aberto onde autores podem expressar suas experiências de forma genuína se aproximando dos leitores.
Não hesite em procurar ajuda profissional, sofrimento emocional não é normal e você não precisa passar por isso sozinho:
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.