Estar na Pele da Joice: Página 05

Quando foi que eu falei sobre sexualidade?

“Você se sente confortável para falar sobre sexualidade?” - uma vez me perguntaram. Confesso que, de imediato, congelei, mas disse sim. Honestamente, não acho que eu estava preparada ou confortável, mas a minha vontade era de dissertar sobre o tema sem nenhuma vergonha. 

Sempre me pareceu algo tão distante e, ao mesmo tempo, tão secreto - que deveríamos guardar a sete chaves. Eu nunca tive uma conversa aberta sobre o assunto, tampouco escrevi sobre. Essa página, de uma certa forma, despertou em mim uma sensação de “Olá, Joice. Estou te conhecendo um pouco mais”. 

Afinal, crescemos com tantas ideologias diferentes, tantas crenças e tantas opiniões que, ao final do dia, escutamos pouco o que a sexualidade representa para nós e como nos relacionamos com ela. 

De uma forma pessoal, mergulhamos pouco em nossas descobertas. O nosso corpo, os nossos desejos, inúmeras vezes são ofuscados por teorias que não necessariamente precisam fazer sentido para nós. Como a de que falar sobre sexualidade é errado ou de que existe apenas um caminho para seguir neste universo. 

Honestamente, hoje, tenho consciência do quanto gostaria de ter me aprofundado mais. Em contrapartida, me sinto bem por, finalmente, expressar os meus sentimentos que ficaram trancados por tantos anos. 

Não acredito que exista uma regra para sexualidade. A Organização Mundial da Saúde até dá uma definição de que a sexualidade é entendida como um estado de bem-estar físico, mental e social, mas no final do dia precisa fazer sentido para você. É para ser leve. É para despertar autoconhecimento. É para fazer bem. 

Aqui entre nós, se eu pudesse dar um conselho para minha versão do passado seria: “se escute mais. As pessoas vão falar, vão criticar, vão construir estereótipos. O tempo todo. Aprenda, escute, mas absorva somente o que está conectado aos seus valores. Respeite o seu tempo, o seu processo. Ninguém te dará uma resposta, a não ser você”.

***

Joice 

Tia da Duda e da Ana, comunicóloga, relações públicas por formação, ama fotografar pessoas e plantas, escreve para se encontrar e é uma mulher em busca de sanidade há muitos anos. Acredita no poder das pequenas e boas ações e que o amor é a chave para um mundo melhor.  





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