Estar na Pele da Joice: Página 09
A luta contra o preconceito é nossa
Há alguns dias, li uma frase da Lua Mansano, Travesti e especialista de Diversidade, Equidade e Inclusão, que me marcou muito: “a diversidade se faz com incômodo”.
Eu acredito que todo processo de transformação pode incomodar e, se incomoda, é porque está acontecendo. Há alguns anos, organizações governamentais e não governamentais, grupos, consultorias e comunidades estão lutando contra o preconceito à população LGBTQIAPN+. Estão lutando para proteger vidas. Estão lutando para uma coisa que, na teoria, deveria ser básica: respeito.
De acordo com uma notícia publicada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Brasil continua a liderar o ranking dos países que mais matam LGBTQIAPN+. Ao menos 56 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros foram vítimas de morte violenta em 2022.
Como uma pessoa branca e hétero, sei dos meus privilégios, mas também sei que a luta contra o preconceito não é isolada.
Dentro desta jornada em busca de sanidade, estamos falando sobre vidas que estão em busca de viver bem e em segurança. O nosso papel, enquanto sociedade, é estar junto. É abraçar a diversidade, a equidade e a inclusão.
Eu acredito que o amor é a base de tudo. É o amor que conecta. É o amor que estamos em busca.
A minha felicidade é saber que tem muita gente batalhando por um mundo melhor. Em 2022, o Brasil elegeu um número recorde de candidaturas declaradamente da comunidade. De acordo com a CNN, ao todo são 18 parlamentares, incluindo as primeiras deputadas federais transexuais.
Isso é ver a mudança acontecendo. E essa é a mudança que incomoda. E aqui entre nós? Esse é apenas o começo. Ainda bem.
A luta é nossa. Lembre-se disso.
Cuide-se.
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Joice
Tia da Duda e da Ana, comunicóloga, relações públicas por formação, ama fotografar pessoas e plantas, escreve para se encontrar e é uma mulher em busca de sanidade há muitos anos. Acredita no poder das pequenas e boas ações e que o amor é a chave para um mundo melhor.