Estar na Pele da Marcela: Página 06
Os rótulos gerados contra quem tem Burnout
Essa semana na terapia levei um tema que tem sido muito difícil de lidar: a entrevista de emprego. Nós sabemos dos rótulos que as pessoas costumam colocar nas outras antes mesmo de conhecê-las, e para quem tem Burnout isso não é diferente. Como a doença ainda é um tabu, muitos ainda rotulam quem tem Burnout como aquele (a) que não deu conta, o surtado ou incapacitado para exercer tal função. Sim, isso infelizmente acontece!
Eu tenho passado por alguns processos seletivos e no momento da entrevista, quando vem a pergunta: “porque você saiu do seu último emprego?”, é onde eu travo. Gatilhos são disparados só de lembrar da relação tóxica e de todo trauma que aquela experiência me causou, e isso acaba me impedindo de avançar nas etapas.
Assim como pega falar mal de ex, também pega mal falar do antigo emprego. Então, procurei pedir ajuda para a minha psicóloga de como lidar com essa situação que estava me impedindo de conseguir um novo emprego.
O conselho que ela me deu foi: “você não precisa falar que a empresa te adoeceu, porque, infelizmente ainda existe preconceito sobre a doença, mas pode falar pontos de melhorias que você aprendeu e tentou aplicar no antigo trabalho (inclusive pesquisar antes na descrição da vaga ou no site da empresa se essas qualidades são relevantes para eles), e que isso não era tão valorizado na empresa por isso está buscando uma nova oportunidade ou que saiu porque viu que os valores a cultura da empresa já não condiziam mais com os seus (e também, pesquisar se a empresa atual tem os mesmos valores e cultura que você considera relevantes e mencioná-los)”.
Quem tem ou teve Burnout, assim como os profissionais especializados nessa doença, sabem que não é porque uma pessoa teve burnout que ela não tem as qualificações para determinado cargo ou vaga e, que o rótulo atribuído a uma pessoa, seja em forma de apelido depreciativo ou em forma de preconceito, tem consciência de que isso é uma das coisas mais nocivas para o ser humano.
Eu aposto que a grande maioria já ouviu a frase: “não sei como você consegue”. Vou falar igual quando o Big Fone toca no BBB: ATENÇÃO, PRESTE MUITA ATENÇÃO, tome muito cuidado quando ouvir essa frase! É importante ligar um sinal de alerta, e fazer uma autoanálise perguntando porque aquela pessoa está dizendo isso? Nem sempre o que soa como um elogio, é algo positivo. No meu caso, eu ouvia isso e achava o máximo, pois embora eu soubesse que era uma profissional com todas as qualidades para aquele cargo, eu sofria com cobranças excessivas, noites mal dormidas, muito estresse e todos os sintomas do Burnout. Eu ficava feliz em ouvir aquilo, e estava cega, porque eu normalizava demais o famoso: "ufa! Estou dando conta de tudo, o tempo todo, para alcançar o sucesso profissional."
Nós cobramos em atender com maestria em todas as áreas da vida e tudo bem a gente se dedicar para darmos o nosso melhor, porém temos que entender que assim como um cartão de crédito, temos que ter um limite. É como a Izabella Camargo sempre diz: "você pode vestir a camisa da empresa desde que também vista o seu pijama".
Por isso, é tão importante conhecermos mais sobre a doença, conhecer as pessoas antes de rotulá-las, pois você poderá estar perdendo a chance de conhecer uma ótima pessoa ou de ter um ótimo profissional na sua empresa. A empatia é a chave do sucesso!
Lembre-se você não está sozinho(a), sinta-se acolhido(a) e abraçado(a) por mim, estamos juntos nessa jornada em busca de uma vida mais leve e feliz. Fique à vontade para me procurar nas redes sociais, ficarei feliz em te conhecer. Beijos e até a próxima!
***
Marcela Reis
Curiosa e aspirante por tecnologia e inovação, formou-se em Direito, mas não se via advogando. Buscou especialização nas carreiras inovadoras do mundo jurídico e se encontrou na Controladoria Jurídica. Após anos trabalhando no cargo de liderança e ter adoecido por Burnout, teve que fazer uma pausa para cuidar da saúde física e mental. Durante esse período descobriu a paixão pela escrita e pela área de Gestão de Pessoas.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.