Estar na Pele do Reinaldo: Página 02

As grandes conquistas em cada década da minha vida!

1ª década – A grande conquista na minha 1ª década de vida, sem dúvida nenhuma foi a alfabetização. A leitura me proporcionou vislumbrar um horizonte infinito. Me lembro do primeiro livro que eu li, As Aventuras de Peter Pan. A leitura me transportava para o cenário da história e o meu imaginário “trabalhava a todo vapor”. 

2ª década – Minha grande conquista na 2ª década de vida foi a música. Me lembro que aos 11 anos de idade eu ouvia qualquer tipo de música, pelo simples prazer de ouvir as harmonias. 

Em 1963 a Pepsi Cola lançou uma promoção para se trocar um certo número de tampinhas por um disco compacto que vinha com 6 músicas de cantores americanos. Eu consegui 1 e foi o meu primeiro contato com o “rock and roll” que começava a tocar nas rádios. Logo em seguida eu ouvi a primeira música dos Beatles, “I Wanna Hold Your Hand”, daí endoideci. Construí uma réplica de guitarra e ficava em frente a um espelho imaginando que estava tocando a música que estava sendo reproduzida na vitrola. Queria a qualquer custo aprender a tocar violão e guitarra. Mais “lenha” para que o meu imaginário continuasse a trabalhar a todo vapor. Eu me imaginava ser um dos Beatles.

3ª década – No início da minha 3ª década aconteceu o meu casamento e com ele vieram os meus 3 filhos. Meu foco então passou a ser o meu crescimento profissional para poder dar o básico de segurança para minha família, se possível o melhor, e ter condições de bancar a formação de cada um deles até se libertarem. Sem dúvida nenhuma a minha família foi a mola propulsora para meu crescimento pessoal e profissional.

4ª década – Foi no início da 4ª década que eu consegui a nossa primeira e linda casa. Foi construída do jeito que eu e minha esposa sonhávamos. Nossa família teve oportunidade de viver momentos de muito prazer e alegria com nossos familiares e muitos amigos.

5ª década – Bem no início da minha 5ª década de vida eu tomei um grande susto e vivi um momento extremamente triste. Fui demitido da empresa que eu trabalhava há 22 anos e onde eu sonhava me aposentar. 6ª feira véspera de Carnaval recebi a notícia. O dia que imaginava ser um dos piores dia se tornou o melhor de todos na minha vida profissional. Minha 1ª satisfação foi sentir o valor da amizade. Fiz meu desligamento numa 6ª feira do mês de março e na 2ª feira eu já estava trabalhando, graças à indicação de uma amiga, Simone Delefratti. Passados 3 meses fui indicado por uma outra amiga querida, Rita Franco, para ser o Diretor Comercial em uma grande empresa no ramo de fechaduras e cadeados.

No ano seguinte aconteceu a minha realização profissional. Após 6 meses buscando uma recolocação de trabalho, fui selecionado para ser o Gerente de Vendas para América do Sul, na empresa austríaca Wittmann Battenfeld do Brasil Ltda. Após um ano fui promovido a Diretor Geral onde fiquei por mais de 12 anos até me aposentar. 

6ª década – E foi na minha 6ª década de vida que eu realmente senti o gosto de umas férias de verdade. Me aposentei depois de quase 50 anos de trabalho. Não esqueço a minha 1ª noite de sono depois que parei de trabalhar. Foi maravilhosa, como tem sido todas as minhas noites de sono. Pude voltar a colocar lenha para que o meu imaginário voltasse a trabalhar na mesma intensidade e vibração daquela da minha 2ª década de vida. Pude me dedicar a produzir gravações e vídeos de músicas que fizeram a trilha sonora da minha vida. Hoje eu não fico mais diante de um espelho. Eu fico diante da lente de uma câmera enquanto eu toco e canto de verdade. Depois de pronto eu posto o vídeo no meu canal do Youtube – “Meu Retro Diário Musical”. Em cada postagem eu faço um breve registro sobre o que aquela canção representou ou marcou na minha vida.

“7ª década – Sei lá o que virá a partir do próximo dia 19 de maio até 19 de maio de 2032! Certamente, espero conquistar a paz interior enquanto aguardo para embarcar para a “viagem final”, a “Magical Mystery Tour”!”

— .

***

Reinaldo Carmo Milito 

Sou um “babyboomer”, apesar de brasileiro, taurino e super feliz por ter nascido numa família de descendentes italianos, moradora do bairro do Bom Retiro, na super querida São Paulo.

Tive uma infância de pé no chão, em rua sem asfalto, e à medida que eu crescia, ia percebendo as transformações internas e ao meu redor.

Como beatlemaníaco que sou, acredito muito na mensagem da última frase da última música gravada pelos Beatles, “o amor que você recebe é igual ao amor que você faz”.