Estar na Pele do Willian Gustavo: Página 02

Machucados

Antes de ser quem sou atualmente, eu era o pior monstro do convívio em sociedade, como se todos estivessem errados sobre suas próprias opiniões, eu era mais jovem e ignorante com a realidade, achava que meu certo e errado eram as leis do mundo e todos deveriam ser submetidos ao meu julgamento inapropriado, que levava sempre a uma decisão sem lógica, se eu gostava ou não do que via, se eu achava ou não legal. Eu era machista e homofobico, arrogante com minhas emoções e ignorante com perspectivas diferentes.

Tudo tinha um motivo, eu não era daquele jeito porque queria, eu era daquele jeito pelo o que eu sofria, eu julgava como eu era julgado, a escola pesava em minhas costas como caminhões, ser chamado de várias coisas sem uma necessidade era corriqueiro, coisas como viadinho, mulherzinha, fracote, ridículo, nojento, desnecessário, manipulável, trouxa entre outros milhares de xingamentos desnecessários, mas que sempre estavam lá.

Em um dia, após o almoço eu caminhava em direção a casa do meu amigo do outro lado da cidade e me deparei com um trans, primeiro eu o apedrejei em minha mente, chamei ele de “coisa do demônio” e assim por diante, mas logo em seguida eu parei e pensei, pela primeira vez eu me senti leve em pensar que tanto ódio não valia de nada, repreendi meus pensamentos de raiva desnecessária e comecei a aceitar o incomum, desejei o que era saudável para mim, comecei a discernir entre o que realmente valia a pena e o que não valia, não é simplesmente certo ou errado. Lógico que esse pensamento não surgiu do nada era uma época de muitas dúvidas e questionamentos, eu precisava mais de respostas do que incógnitas, coisa que ninguém me dava, e essa iluminação atingiu meu ego como uma bala potente, destruiu todo esse tumor que ficava em meus pensamentos, me tornei melhor que meus monstros, a realidade que eu via era uma distorção maligna de mim mesmo, eu me sentia sujo por ser quem eu era, as mudanças eram drásticas para alguém tão tolo consigo mesmo. Após isso abandonei tudo que me fazia mal e que me faz mal, fiz o que eu achava correto, abandonei religião, amigos, colegas, mas fiz uma loucura maior, me abandonei, não do jeito que estás a pensar, mas sim abandonei aquele garoto que amaldiçoava a si e aos outros, ele era uma bomba relógio do passado, foquei no meu futuro, esse abandono não é ruim, pois não prejudiquei ninguém que já não estivesse machucado.

Nesse novo mundo vivi e vivo maravilhas que jamais veria com o pensamento retrógrado de antes, aprendi que não valia defender os pensamentos de ódio, eu quebrei meus preconceitos, pois preconceito algum me levará a um perfeito estado mental e social, eu me machucava sem parar com esses preconceitos. Após isso comecei a me descobrir sexualmente, meus gostos e meus desejos, os rumos que eu queria tomar, a profissão que antes eu achava desnecessária porque eu dizia ser falta de Deus atualmente é a que eu mais dedico meus pensamentos a psicologia que amo tanto, também me assumi GAY com muito orgulho de quem sou e sempre fui. Com espadas e flechas defendo tudo o que eu aprendi, pois sem isso não seria o que sou hoje, e não estaria tão bem como estou agora, me sinto renovado, forças das quais eu gastava com a raiva e rancor de seres e situações que não me convinha e nem me convém foram realocadas para coisas úteis.

Coexistência significa aceitar a existência do outro como ser único e individual.

Eu não sabia coisas básicas que hoje tenho orgulho de dizer que são os cernes da vida de qualquer um principalmente da minha vida, aceitar ser quem eu sou era tão difícil, eu não me permita ser o que os outros não gostavam, eu sofria de ansiedades constantes e uma sensação de vazio imensa, me sentia um mostros, e foi coexistir que me deu uma iluminação. Saber que eu estava me matando, por causa de pessoas que me odiavam e nem sabiam o porquê das ações inconsequentes que tomavam foi o estopim da minha libertação, como eu disse no meu texto anterior “QUEM SOU EU?" “Não é a sociedade que nos molda, somos nós que moldamos a sociedade!” e, parte de nós nos mudarmos, nos encontrar antes de se prejudicar por coisas tolas como opiniões alheias. Eu achava que não tinha direitos como gay, estava amaldiçoado ao inferno, eu me escondia e colocava meus monstros no meu lugar, porque eu era diferente, e tinha medo de ser diferente, agora não mais, e você tem medo de ser diferente?

***

Willian Gustavo

Gosto de ser realista, que vê todas as possibilidades, não só as ruins, ver situações que parecem ser fantasia como um céu divino que dá destaque às estrelas.

Eu era pessimista e preferia a solidão, me via num poço sem saída e que minha única opção era morrer. Então, em um dia triste, eu olhei para meu interno e com força gritei que não suportava mais ser submisso às escolhas dos outros, que me atingiram. Portanto, mudei minha vida, a direção da vela deste barco está voltada para o horizonte e não mais abaixada!

Eu pretendo ajudar o máximo de pessoas possíveis com minhas palavras e pretendo ser um grande psicólogo algum dia, espero que goste de minhas escritas!

 (⁠づ⁠。⁠◕⁠‿⁠‿⁠◕⁠。⁠)⁠づ❁

Willian Gustavo

Gosto de ser realista, que vê todas as possibilidades, não só as ruins, ver situações que parecem ser fantasia como um céu divino que dá destaque às estrelas.

Eu era pessimista e preferia a solidão, me via num poço sem saída e que minha única opção era morrer. Então, em um dia triste, eu olhei para meu interno e com força gritei que não suportava mais ser submisso às escolhas dos outros, que me atingiram. Portanto, mudei minha vida, a direção da vela deste barco está voltada para o horizonte e não mais abaixada!

Eu pretendo ajudar o máximo de pessoas possíveis com minhas palavras e pretendo ser um grande psicólogo algum dia, espero que goste de minhas escritas!

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