Estar na Pele da Joice: Página 10
Uma carta à vida
Querida vida,
Tampouco lembro quando você me presenteou com a possibilidade de vir ao mundo. Me sinto como a 22 do filme “Soul” desbravando a Terra com todo seu potencial, olhando para as árvores, sentindo o ar passar em sua pele e reconhecendo o poder de construir boas relações.
Eu queria me lembrar do momento em que pude ver a minha mãe pela primeira vez, das vezes que meu pai me pegou no colo ou até do dia que minha irmã me derrubou por conta de um chocolate. Dizem que eu chorei bastante.
Eu queria recordar das vezes em que pude dormir, ao longo do dia, sentindo apenas o calor do meu corpo e da minha querida coberta, a qual nomeei, anos depois, como “minha-minha”.
Eu queria poder lembrar das vezes em que meu avô me chamou para tirar fotos. Tenho tantas lembranças registradas, tantas fotos guardadas. Que saudade faz um abraço que nem sequer eu lembro, mas posso sentir.
Eu queria me lembrar de tantas coisas ou só pelo menos ter uma única chance de vivê-las novamente. Talvez o nome disso seja saudade? Ou apenas medo de viver o agora?
Eu sei que por muito tempo eu não te aproveitei. Eu mergulhei nos estudos, no trabalho, nos projetos e me esqueci de como é bom sentir a brisa do amanhecer ou a beleza em observar o sol nascer.
Não quero que essa seja uma carta de desculpas pelos erros cometidos ou sobre às vezes em que não pude aproveitá-la. Isso também faz parte da minha história, mas eu gostaria de deixar registrado o quanto é bom tê-la ao meu lado, vida.
Não vou dizer que as coisas estão fáceis, mas acredito que estamos no lugar em que deveríamos estar. Estar não é sobre permanecer. É sobre continuar em movimento. É sobre estar e viver o presente.
Eu tenho pessoas incríveis ao meu lado. Pessoas que fazem parte da minha rede de apoio. Pessoas que também me consideram como uma rede de apoio. Isso não tem preço.
Espero escrever mais para você, te contar como está sendo o meu dia ou simplesmente papear sobre alguma lembrança legal que foi despertada.
Por ora, é isso. Até mais, vida.
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Joice
Tia da Duda e da Ana, comunicóloga, relações públicas por formação, ama fotografar pessoas e plantas, escreve para se encontrar e é uma mulher em busca de sanidade há muitos anos. Acredita no poder das pequenas e boas ações e que o amor é a chave para um mundo melhor.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.