Menopausa: um convite a invenção
Quem nunca sentiu que a vida se mostra em ciclos? Quem nunca se percebeu diferente do que era? Quem nunca recomeçou algo na vida? Essas questões são vividas por mulheres de forma mais específica em um momento inevitável da vida: A menopausa.
A menopausa é o momento em que a mulher entra no último ciclo menstrual, em geral, ocorre por volta de 45-55 anos. Essa fase é resultante da oscilação e queda da produção hormonal e seguida por profunda mudança corporal e emocional. Entre vários efeitos da menopausa, destacamos dois: o fim do período reprodutivo e a senilidade do corpo. O fim do período reprodutivo marca a perda de um poder, por mais que a mulher não queira ter filhos, a possibilidade de gerá-los é perdida; a senilidade do corpo embora a vitalidade se mantenha. Esse momento de grande transformação maturativa exige muito trabalho psíquico e reajuste corporal. Muitas mulheres relatam que essa passagem da vida é seguida de sensação de vazio e muita angústia.
Nos dias de hoje, com avanço da biotecnologia, a vida se prolongou, a expectativa de vida da mulher brasileira é por volta de oitenta anos, ou seja, a mulher tem a perspectiva de vida de no mínimo mais trinta e cinco anos após a entrada na menopausa.
O filósofo Ludwig Wittgenstein nos diz: “aquilo que não pode ser dito tem que ser calado.”
Sendo assim, ao invés de se fechar na certeza do sofrimento que perdeu algo que vivia para tal, por que não se perguntar: Pelo que ainda vale viver? Isso é para cada uma mulher responder.
Referências
https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18318-piramide-etaria.html
F. DOLTO. Sexualidade feminina. Martins Fontes, 1996.
J, FORBES. Um novo amor está no ar. Revista IstoÉ Gente. 2012. Disponível em: http://jorgeforbes.com.br/um-novo-amor-esta-no-ar/
J, LACAN. Escritos. Rio de Janeiro Zahar, 1998.
L, WITTGENSTEIN. Tratado lógico filosófico. revista de Ostwald Annalen der Naturphilosophie, 1921.
M, LAZNIK. O Complexo de Jocasta: a Feminilidade e a Sexualidade sob o Prisma da Menopausa. Cia do Freud, 2003.
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Jéssica Magalhães
Sempre foi curiosa quanto aos sentimento contraditório do ser humano e se questiona como que a partir dessa ambivalência as pessoas podem se beneficiar na vida.
Psicóloga e psicanalista, membro do corpo de formação em psicanálise e do núcleo de reprodução assistida humana do Instituto de Psicanálise de São Paulo
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.