Onde está a realidade?
“Uma imagem vale mais que mil palavras” essa expressão antiga e popular, de autoria do filósofo chinês Confúcio, muito conhecida e utilizada para transmitir a ideia do poder da comunicação através das imagens, me faz refletir também, mais amplamente, sobre o consumo cada vez maior das imagens no nosso cotidiano. Que, além de comunicar, ditam os padrões de beleza e comportamento e agora muitas vezes mascarados por filtros de aplicativos e paisagens fantásticas.
Onde está a realidade? Já se sabe que a fotografia é uma interpretação da realidade pelo olhar do fotógrafo, somado aos aplicativos que transformam a face fazendo das marcas da idade uma pele macia como de bebê, eu me pergunto, onde está a realidade? Por que é tão difícil aceitar as próprias marcas do tempo no corpo? Por que é tão difícil aceitar um corpo que contém memórias?
Nossa história é composta por acontecimentos que nos perpassam, sejam eles tristes ou felizes, e é um legado individual de cada um de nós, pois tudo o que nos acontece é vivenciado pelo corpo todo. Por isso, acolher essa imensidão e diversidade de sentimentos e memórias é o passo inicial para começarmos a nos enxergar, nos conhecermos mais profundamente e revelarmos nossa verdadeira beleza, que é única, porque consegue se distanciar de uma dependência de referenciais externos, mesmo fazendo parte de um sistema social que te impacta o tempo todo com promoções de pacotes de estéticas, dietas de resultado quase instantâneo e cirurgias plásticas.
“Uma imagem vale mais que mil palavras”, mas… E o silêncio? Aquele que te conecta com seu centro? Que te faz entrar em contato com o som da sua respiração que é o motor fundamental da sua existência? Onde ele está?
Irônico pensar que ele está presente a qualquer momento do dia, sem a necessidade de abrir uma rede social ou assistir um filme. É uma questão de querer acessar, porque ele é disponível, inesgotável e gratuito.
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Carol Rahal
Artista, educadora e fotógrafa. Sou uma aprendiz fascinada pelos encontros e trocas de experiências com as pessoas. Sou também um labirinto que se revela aos poucos à medida que se vai adentrando nele. Desde pequena sempre gostei de inventar histórias, criar personagens e brincar de professora. Foi no teatro que descobri minhas habilidades artísticas, mas foi na sala de aula que compreendi a potência do conhecimento. Na busca de explorar meu olhar criativo, me apaixonei pela fotografia e fiz dela minha ferramenta de transformação.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.