Estar na Pele do Willian Gustavo: Página 05

FELICIDADE EM UM POTINHO

Desde que me conheço por gente, sempre evitei tomar remédios e medicações, pois saudável era aquele que não utilizava de pílulas e cápsulas para se manter bem, pensava eu ingenuamente, minha perspectiva era ser forte para não precisar. Claro que tem um sentido! Vou contextualizar.

No auge dos meus nove anos eu comecei a observar a minha mãe, uma figura tão próxima de mim, não só como quem me deu a oportunidade de estar vivo, mas também que deveria ser meu porto seguro emocional, ser meu exemplo de buscar ajuda e as melhores formas de ter cuidado com a saúde mental, o que, para a surpresa de todos, não era assim. Se eu fosse descrever o que eu via de forma fictícia, eu via uma mãe zumbi! Toda pútrida de dentro para fora, caindo aos pedaços e fedendo a medo e tristeza. De forma real, minha mãe apresentava uma exaustão mental imensa, vinda de uma carga de tomar inúmeros remédios antidepressivos, e uma vida extremamente cansativa e que culminava em afastar cada vez mais ela de mim - o que a preocupava. Mas o ponto que eu quero levar está nos medicamentos, ela não almejou ter uma saúde mental estável, ela queria resolver o problema do agora (que era na época), e por isso a visão tão triste que eu tinha, pois o meu porto seguro era um monte de tábuas remendadas que não tinham alicerce para estar em pé, mas ela lutava! Infelizmente eu não consegui me sentir seguro próximo a ela! Grande parte da minha adolescência (hoje, com 18 anos, nos damos bem).

Graças a essa visão que tinha da minha mãe deprimida, eu passei a abominar os remédios que cuidavam da saúde mental, pois minha mãe estava sempre instável emocionalmente e com isso presenciei o que chamo de apagão, onde minha mãe em um dia específico se estressou tanto que desmaiou e só voltou ao “normal” 3 dias depois. Eu não queria isso para mim! Jamais desejaria algo nesse nível! E com total razão. Mas…

Há duas semanas atrás, 02/09, eu tive uma recaída emocional tão grande que eu planejava me m@t@r, e isso já havia acontecido antes, mas não com tanta intensidade, e tive reações comuns a isso, meu melhor amigo Rhaviel, chamou os pais dele e me levaram ao hospital, onde fiquei internado por uma semana. Sou grato a ele e sua família, pois se não fosse por isso eu não perceberia que eu precisava de outro tipo de ajuda, não só o atendimento com uma psicóloga, mas também psicoquímica! Eu tenho TDAH, e não tomava os remédios adequados! Primeiro, porque minha dosagem era muito alta e eu precisava de outro remédio que custa o triplo. Segundo, eu me via putrefar, eu me via definhar como minha mãe, e assim eu comecei a enrolar meus pais e dar qualquer tipo de desculpa para justificar minha pausa! Mas a situação saiu do meu controle, eu me esgotei, e não tinha mais forças para lutar sozinho.

Após a intervenção hospitalar, 06/09 fui mandado para casa dos meus pais sob vigia, e em seguida foi marcado um psiquiatra, a partir daí tudo mudou, na data de 19/09 fui muito bem acolhido e atendido por um profissional da saúde mental e farmacológica, onde ele tirou minhas dúvidas sobre o que seria meu tratamento. De forma coloquial, ele me explicou com suas palavras que eu não seria agredido pela medicação, e sim que ela evitaria de eu me agredir!

Nossa! Que soco que recebi nos meus princípios desvirtuados. Princípios esses que faziam eu me questionar se quem tomava remédio era pior que eu ou quem tomava remédio estava em uma situação muito ruim. Questões que não deveriam ser quadro de comparação. E que aula que eu tive, me abriu os olhos de forma lógica e em prol da minha vida!

A felicidade em si não estava no potinho! Mas me permitiu e me permite recuperar das inúmeras batalhas que eu travei e travo! Para mim, era a Felicidade em Um Potinho! Pois era o que eu precisava e na hora certa, me sinto desconcertado por saber que eu poderia ter recebido essa ajuda antes e que não era a podridão que eu imaginava!



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Willian Gustavo

Gosto de ser realista, que vê todas as possibilidades, não só as ruins, ver situações que parecem ser fantasia como um céu divino que dá destaque às estrelas.

Eu era pessimista e preferia a solidão, me via num poço sem saída e que minha única opção era morrer. Então, em um dia triste, eu olhei para meu interno e com força gritei que não suportava mais ser submisso às escolhas dos outros, que me atingiram. Portanto, mudei minha vida, a direção da vela deste barco está voltada para o horizonte e não mais abaixada!

Eu pretendo ajudar o máximo de pessoas possíveis com minhas palavras e pretendo ser um grande psicólogo algum dia, espero que goste de minhas escritas!

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*As opiniões expressas na coluna Estar na Pele não refletem diretamente as posições editoriais do Instituto Bem do Estar, são baseadas nas experiências dos colunistas e suas versões do fato, sendo a ideia da coluna um diário aberto onde autores podem expressar suas experiências de forma genuína se aproximando dos leitores.

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