Estar na Pele da Bruli: Página 05

Oie, cansadinhas de plantão, tudo tudo? Apesar de tudo, espero que você esteja minimamente bem. 

Ultimamente estamos tão bombardeadas por todos os lados de tanta notícia ruim que mal temos força para cuidar de si mesma, você também sente isso? E não importa o que façamos, esse vazio grande ou pequeno do “quem eu sou” estará sempre por perto, ou melhor, dentro de nós. 

Me sinto minada nos últimos tempos... é conflito pra lá, guerra pra cá, essa presidência do inominável que não acaba nunca - que desafiante foi e tem sido esses últimos quatro anos, espero que o atual presidente “messias” nunca mais seja eleito. Espero que o brasileiro aprenda a força política que há no voto! E só pra não perder o costume: #forabolsonaro - apesar de acreditar que ele não vai sofrer impeachment, por conta de muitos outros interesses políticos que nem sabemos quais são, como por exemplo a macumunação dos bancários (só vemos a pontinha do iceberg). Mas olha, eu acho bom ele ficar até o final pra não criarem estórias sobre ele ter sofrido um golpe ou alguma coisa parecida, como o que realmente aconteceu com a Dilma e com a prisão do Lula, até porque os minions são capazes de acreditar em cada mito ou fake news em manada, que só pelo amor da Deusa mesmo... E acho bom ele ficar, pra ser registrado na história como o pior presidente que o Brasil teve. Eu me perco quando falo desse tema porque existe uma ativista e uma rebelde dentro de mim, que vem com toda força, é impossível não reclamar do presidente… se você concorda com ele, você não entendeu nada e é importante voltar algumas casas no quesito ser humano, e procurar ajuda rápido, meu caro! Porque seu caso de insanidade deve ser mais grave que o meu.

Mas voltando ao assunto inicial e citando mais bombardeios que andam nos afogando; não podemos deixar de falar dos preços exorbitantes da gasolina, das coisas básicas de mercado, dos agrotóxicos que foram aprovados no país, e das pessoas que ficam fingindo que são felizes, elas vivem o tempo todo nos vendendo fórmulas escrotas e passos sobre como ser feliz - essas pessoas são perigosíssimas. 

Parece que estamos à beira de um colapso mundial e estamos naturalizando isso? Que fase difícil do vídeo game essa que nos foi dada, não? Parece que o vilão anda sugando nossas energias vitais de tal modo que não nos dá saída. Como diria Letrux “acordei bem, mas o país não colabora”.

O que fazer com todo esse movimento que só traz angústia e desesperança? É só uma pergunta mesmo, acredito que não tenha resposta, não pelo menos do lado de fora. Essa desesperança me dá uma sensação de impotência tremenda, acho doido perceber que cada vez mais, o caminho tem sido pra dentro, a porta principal é sempre a dos fundos, a da saída emergencial, quando não se há mais nada de comum ou de normose que pode ser feito, só nos resta se render e se entregar, não nadar contra a correnteza, se não nos afogamos e morremos! Essa pode ser uma ótima resposta. Eu digo nesse sentido de que devemos cuidar do nosso interior e olhar finalmente para o que importa: o nosso centro, mas também é importante ser rebelde e ativista, se não não há mudança, só que se polarizar muito também pode nos cegar e nos deixar com uma visão única sobre a vida, que também é perigoso e nos iguala as pessoas que ficam vendendo fórmulas mágicas irreais. 

Por isso, questione sempre, inclusive a si mesma. 
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Porque a vida do lado de fora, essa que citei no começo da crônica, cada vez mais cria uma trama muito bem elaborada e nos dá a sensação de que os dramas e as notícias ruins parecem muito maiores do que são. Afinal o mundo todo clama por ajuda e a gente quer fazer algo de relevante, é óbvio! Queremos lutar contra as barbáries que estão cada vez mais sendo legitimadas e ganhando força. O Brasil tem sido um país muito fóbico e andar na rua está cada vez mais problemático para as minorias. 

Mas por outro lado, aquela frase clichêzinha: “quer mudar o mundo? comece arrumando sua cama e lavando a louça” nunca serviu tanto pra mim, encaixa-se como uma luva. (eu diria que encaixa como a luva de lavar louça haha)
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Primeiro precisamos corrigir esse mundo dentro da gente, e antes de voltar ao mundo, corrigir o próprio universo que nos habita!

Fazer o básico, e sem ficar se gabando por isso ou esperar nada em troca, até porque já precisamos de um planeta terra e meio pra dar conta do ritmo de vida que estamos levando… Separar seu lixo ou reduzi-lo pode ser um bom começo: “tu és eternamente responsável pelo lixo que cativas!” 

Eu acho um tremendo desserviço grande parte da humanidade ainda não separar seu lixo, mas também tenho consciência de classe ao saber que muitas das pessoas estão preocupadas batalhando pelo o que vão comer na próxima refeição e nem sequer foram educadas ou têm tempo/energia pra pensar em coleta de lixo, já que elas precisam cuidar das suas necessidades básicas. É tudo muito primitivo no nosso mundo, só uma pequena e elitizada bolha tem acesso ao básico enquanto outros não têm nem água pra beber. A humanidade está aqui há milênios e ainda não conseguimos resolver esses pepinos.

Acredito que todos esses pequenos movimentos que fazemos reverbera e cria uma imunidade de rebanho muito, muito forte que pode respingar em quem estiver com o mínimo dos ouvidos atentos.  

Sobretudo, é muito importante que estejamos em conflito, isso significa que estamos vivas, indignadas com todo esse material que temos que lidar, e descobrindo as duras penas o que é ser ser humano, e essa é a motivação que nos inclina a sermos agentes de transformação nesse mundão: os problemas que existem nele, tudo bem hermético e paradoxal. 
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Um exemplo dessa motivação que a princípio é um problema aconteceu comigo quando esse “laranja” ganhou a presidência, logo eu que me julgava tão pra frente, tão inovadora, “tão alecrim dourado quântico xamânico do universo cósmico transdimensional” (pessoas místicas amam juntar palavras que não têm relação alguma pra criar um efeito ou ideia de aparência especial), nesse questionamento sobre a presidência do bozo, parei aflita por uns tempos, fiquei em silêncio e me perguntei com sinceridade: o que eu tenho de bolsominion? Aonde eu ainda compactuo com isso, por mais que eu acredite que não faço parte? Somos uma sociedade e essa eleição é reflexo do povo... aonde que ainda sou preconceituosa, racista, fóbica, retrógrada e conservadora? Falo isso porque o Brasil é um país de disfarce, as pessoas são muito conservadoras e fingem que aceitam o novo, e como brasileira eu não posso me esquivar disso... quantas vezes eu já não troquei de calçada quando via um homem preto vindo na minha direção? E só posso mudar essas agressões que cometo  depois de aceitar que ainda sou fóbica ou racista, com muita análise, atenção e reflexão, haja trabalho interno para matar os resquícios de bolsominion que temos enquanto sociedade.

Eu estou numa fase da vida que eu ando questionando muita coisa com profundidade e tenho preguiça dessa galera coach que vive vendendo uma vida feliz como se fosse receita de bolo (acho isso perigoso porque só cria robôs desplugados de sua verdade e, que, por consequência também não enxergam ou respeitam a verdade de outras pessoas). Também tenho bode de gente espiritual haribol-namastê que não sai desse papel caricato de gratiluz e só vomitam positividade tóxica, aliás acho que coachs e espiritualistas devem ser um mesmo povo, só mudam as indumentárias, ou muitas vezes não kkk. É doido que quando essas pessoas chegam perto de mim eu tenho vontade de apertar um botão de desliga nelas ou colocá-las no mudo, assim como eu também não consigo escutar a voz ou ver o bozo presidente falando, me dói o estômago na hora. Porque dá pra perceber pelo olhar que a pessoa está aflita mas não sai do personagem feliz e realizada pra sempre. 

Nessas horas que ficamos performando algo que não somos, que temos a chance de parar um instante e perceber que não há motivação em fazer isso: por que tentamos a todo tempo provar algo para os outros? Por que fingimos ser algo que não somos? 
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E  aí você tem um material valiosíssimo nas mãos para levar para sua terapia, e pode ser que a resposta, caso você chegue em uma, te leve a conhecer uma nova roupagem sobre si mesma, e te surpreenda muito.

Enquanto não temos respostas, que a compaixão nos abrace.

Obrigada pela leitura e espero que tenha feito sentido.

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Bruli Maria

Se declara uma cuidadora do planeta, apaixonada por gatos e multi-artista, trabalha como: atriz, dj, modelo, taróloga, micro-influenciadora e terapeuta; e agora se aventura no universo da escrita também por aqui. Mora na mata atlântica de Nazaré Paulista, o que a permite uma escuta profunda com a vida e com a natureza.



Bruli Maria

Se declara uma cuidadora do planeta, apaixonada por gatos e multi-artista, trabalha como: atriz, dj, modelo, taróloga, micro-influenciadora e terapeuta; e agora se aventura no universo da escrita também por aqui. Mora na mata atlântica de Nazaré Paulista, o que a permite uma escuta profunda com a vida e com a natureza.


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