Estar na Pele da Laura: Página 02

A terapia e o guarda-roupa

Eu sinto que me perdi de mim e agora venho numa escalada íngreme e longa tentando me reencontrar. 

Vim recebendo tantos estímulos do externo de como ser, viver, vestir, comer, trabalhar, descansar, montar uma rotina produtiva, saudável, feliz. Que nem percebi quando meus próprios parâmetros foram diluídos e fiquei com outros construídos de forma inconsciente, silenciosa e que não passaram por nenhum crivo pessoal como: 

- Isso faz sentido PARA MIM?
- Isso cabe na rotina que EU VIVO?
- Isso faz sentido com MINHA CONDIÇÃO FINANCEIRA?
- Isso cabe no MEU CONTEXTO FAMILIAR?
- Isso está alinhado com MINHAS PRIORIDADES E SONHOS?  

O que eu faço para descansar? Realmente me recarrega? Questionamentos de uma sessão de terapia, em que falei uma série de ações, mas que imediatamente após a sessão me veio “acho que eu não sei descansar”, “acho que eu não descanso de verdade”. 

Daí, uma série de reflexões começaram a borbulhar em mim. O que mais não sei sobre mim? Ou pior, no que mais tenho me enganado? 

Particularmente, acho pior se enganar. Saber que não se sabe pelo menos é real e tomar contato com a realidade me parece o primeiro e necessário passo para entender e se necessário mudar qualquer coisa em nossa vida. 

Estava fazendo uma faxina no guarda-roupa, tirando o que já não servia ou não usava há mais de ano. E as reflexões pós terapia seguiram: como gosto de me vestir? E o que de fato tenho no guarda-roupa e uso?

Alguns acham que a roupa é só porque precisamos estar vestidos ou aquecidos. 

Eu acredito no impacto que nossa vestimenta tem em nosso psicológico. Assim como o quê e o quanto compramos diz sobre como está nosso mundo interno.

E quanta coisa! 

Precisamos de tão menos do que temos para viver. E acho até que para viver melhor. Com mais leveza. Mais fácil de limpar, mais leve para carregar, menos espaço para armazenar.

Meu guarda-roupa escancarando a confusão interna. Sem nenhum direcionamento. Tentando ser tudo ao mesmo tempo e não sendo nada direito.

A confusão de estilos fashion ilustrando a confusão na aspiração profissional e de estilo de vida.

Sacolas de roupas retiradas. Terapia segue firme.

E dica para quem também perde a noção de quantas roupinhas precisa, eu agora me faço duas perguntas: 

  1. Se eu for viajar para um lugar com esse clima, eu levaria essa peça? Isso me ajuda a entender o quanto de fato gostei da peça e seu potencial de uso, em viagens normalmente temos somente uma mala pequena e nos atemos ao que é mais essencial, versátil e que mais gostamos. 

  2. Em seguida me pergunto: se eu lavar roupa no final de semana, as que tenho são suficientes ou precisarei de mais? Isso me ajuda a ser mais realista com as quantidades necessárias de meias e peças básicas como segunda pele e calça jeans, por exemplo. Aí repito para mim, você precisa lavar roupa e não de mais peças.   


Aproveitar as situações cotidianas para ilustrar e esclarecer o que trabalho em terapia tem sido poderoso por aqui. E a economia na compra de roupinhas também. Se você testar por aí me conta. Boa sorte na sua escalada!


***

Laura Amâncio Rezende

Encontrou na psicologia positiva uma ferramenta para construir um mundo mais saudável e mais feliz. Enquanto mentora indivíduos na busca das suas definições de sucesso e felicidade, vive na pele de uma esposa, empreendedora, vivendo no exterior.

Instituto Bem do Estar

Queremos gerar conhecimento aplicável sobre a saúde da mente


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