Beleza é igual a felicidade?

Muitas queixas as quais os sujeitos apresentam são em relação ao corpo, assim como muitas patologias também são vividas nesse "palco", como pânico, transtornos alimentares, doenças psicossomáticas...

Foto: Omar Lopez / Unsplash

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Uma justificativa para o corpo se tornar uma forma de comunicação para conflitos é a pobreza do mundo interno de cada um, assim há uma dificuldade de falar sobre si por uma diminuição da capacidade de elaboração mental. 

São tempos de tecnologias, praticidade onde o diálogo perde espaço para a imagem. Assim, o culto ao corpo é valorizado, os corpos tendem a buscar um mesmo padrão de beleza. A aparência então passou a ser mais valorizada do que os pensamentos e as emoções. Olhar para dentro tem sido cada vez mais raro, porém as vendas de mudança de vida por meio da estética só crescem.

O desejo é o desejo do padrão, todos parecem ter os mesmos planos, sonhos e há assim uma morte daquele sujeito desejante. O que eu mesmo desejo?

A vida passou a ser eternamente uma imitação marcada por isolamento, solidão, embotamento criativo e tédio. Há um menor compromisso com os afetos, as relações passam a ser mais distantes e focadas no físico, prezando pela autonomia dos indivíduos. 

Os laços sociais se tornaram frouxos e precários. As regras e autoridades também se tornaram mais frágeis. Nesse contexto, as psicopatologias contemporâneas são consequências dos poucos laços, seja consigo mesmo ou com o outro, também há um fracasso na subjetividade já que o olhar está sempre para os padrões, seja sobre beleza,  como também sucesso  profissional, desempenho, entre tantos outros aspectos.

A vida parece uma competição de desempenho, então se o sujeito não atinge os ideais proclamados pela sociedade, nada mais lhe resta senão sua condição de exclusão ou doença!

Os indivíduos se mostram insatisfeitos porque buscam no consumo preencher seus vazios, com isso se tornam consumistas.  Ter algo me faz ser quem? Esse excesso de olhar para fora vai tamponando angústias psíquicas com coisas materiais, buscando um olhar de reconhecimento de si pelo outro, mas será que isso satisfaz?

 

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Mariana Pavani

Psicóloga clínica, atua em consultório particular em Campinas-SP. Fez especialização e cursos livres em psicanálise. Sempre gostou muito de ler e é curiosa, o que a levou a escrever alguns textos e criar blogs desde cedo. No início na clínica, escrever foi algo que a ajudou e ainda ajuda, pois a mantém estudando e além de facilitar a comunicação com pessoas sobre variados temas. 

Mariana Pavani

Sou psicóloga clínica e atuo em consultório particular em Campinas-SP. Fiz especialização e cursos livres em psicanálise. Atualmente participo de grupo de estudos sobre a relação das mulheres com o corpo e também estou cursando especialização em psicoterapia breve psicanalítica na UNICAMP.

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