O culto ao corpo e a sua influência na auto imagem feminina

Os distúrbios relacionados à imagem corporal, muitas vezes influenciados pela imposição de um padrão de beleza inatingível, leva as pessoas a engajarem-se em rotinas de exercícios físicos extremamente rigorosos e dietas totalmente restritivas, num hábito que beira a auto punição e está longe do que se acredita ser práticas saudáveis ou que traduzam o propósito dos exercícios físicos. 

A busca desenfreada por esse “padrão de beleza” têm gerado muitos excessos e preocupa os profissionais não só das áreas de saúde física e mental, como também dos desportos. Além disso, na contramão da busca por um estilo de vida equilibrado, saudável e natural, encaramos uma temática um tanto quanto complicada: a “normalização” de influenciadores fitness sem qualquer experiência ou formação na área fornecendo dicas de como conseguir o físico perfeito, ou a receita do chá “seca-barriga”, compartilhando receitas de medicamentos e práticas alimentares, sem qualquer respaldo científico e sem levar em consideração as individualidades. Tão preocupante quanto, é a crescente de profissionais da área de Educação Física não estabelecendo limites aos seus alunos, deixando muitas vezes de informar ou até mesmo indicar a diferença entre uma prática de exercícios físicos saudável e uma rotina de exercícios físicos obsessivos, desgastantes e lesivos. 

Tima Miroshnichenko/ Pexels

Por isso, é tão importante que estejamos atentos à nossa própria imagem corporal, e quando houver algum gatilho para um possível distúrbio, torna-se primordial procurar ajuda profissional para que qualquer atitude inadequada seja evitada. 

Em seu livro “O Mito da Beleza, Naomi Wolf aborda esse assunto de forma categórica: a Associação Americana de Anorexia e Bulimia declarar que essas duas condições atacam 1 milhão de norte-americanas a cada ano e que 30 mil também se tornam dependentes de fármacos 9 agora, pense nisso em proporções mundiais). Não há estatísticas confiáveis sobre a incidência de morte por anorexia, mas uma doença que atinge de 5% a 10% das mulheres americanas, e que tem uma das taxas de mortalidade mais alta para uma doença mental, merece por parte da imprensa o tipo de investigação que é dedicada a epidemias graves e potencialmente fatais.”

Quando temos nossa auto imagem bem trabalhada, aceita e bem desenvolvida, tendo consciência dos significados das manifestações corporais, somos mais flexíveis em nossas relação aos nossos corpos e reconhecemos também o espaço do outro, além de muitos outros benefícios individuais e coletivos como: respeito, compaixão, aceitação, solidariedade e sonoridade.

A consciência de si baseada no reconhecimento da própria imagem, incluindo seus aspectos fisiológicos, sociais e afetivos é um caminho promissor, para a transformação de um corpo-objeto em um corpo-sujeito no contexto de uma vida social prazeroso, com propósito e significado.

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Bárbara Reis

Mestranda em Políticas Públicas (UMC - SP), Pós Graduada em Neurociência e Comportamento; Filosofia e Autoconhecimento. Residente na cidade de Mogi das Cruzes- SP, atua como Educadora Física/Personal Trainer com foco no equilíbrio entre corpo e mente, promovendo informações sobre atividades físicas e saúde mental através de sua página no Instagram @barbarafelicianoreis. Acredita que a máxima 'Mens sana in corpore sano' é o caminho para uma vida equilibrada.

Bárbara Reis


Mestranda em Políticas Públicas (UMC - SP ), Pós Graduada em Neurociência e Comportamento; Filosofia e Autoconhecimento. Residente na cidade de Mogi das Cruzes- SP, atua como Educadora Física/Personal Trainer com foco no equilíbrio entre corpo e mente, promovendo informações sobre atividades físicas e saúde mental através de sua página no Instagram @barbarafelicianoreis. Acredita que a máxima 'Mens sana in corpore sano' é o caminho para uma vida equilibrada.


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