Inteligência Social é uma ordem de ajuda para retomar à vida, após a pandemia.

Pensei em uma força de caráter que pode neste momento nos ajudar na retomada às atividades do cotidiano, e que talvez auxilie nos expressivos casos da Síndrome da Cabana. 

A força deste mês, é a Inteligência Social, que pertence a virtude Humanidade, e na intenção de ajudar ao máximo de pessoas que conseguirmos, vou abordar esta força, no contexto atual, como uma ordem de ajuda. É fato que a pandemia e saúde mental têm relação, e os impactos podem ser sentidos em toda população. Quero propor uma reflexão entre os assuntos: pandemia, síndrome da cabana e inteligência social. Qual a ligação entre estes pontos?

Priscilla Du Preez/ Unsplash

O isolamento social em decorrência à pandemia desencadeou inúmeros efeitos na saúde mental. E é justamente a necessidade de ficar em casa, isolado, que gera os principais sintomas associados à síndrome. Nesse cenário, a síndrome da cabana se manifestará quando a pessoa, mesmo sem uma ameaça próxima ou imediata, já não se sentir segura fora de casa. Ainda protegida, ela tem dificuldade de voltar à rotina. Uma angústia e um medo paralisante a impedirão de manter o seu dia a dia, o que intensifica o problema. 

Alguns especialistas da área de saúde relacionam a síndrome da cabana com a síndrome do pânico. A diferença fundamental é que, na segunda, o indivíduo só se sente seguro isolado, enquanto que, na primeira, é o isolamento que leva a pessoa a ficar angustiada.

Após dois anos, em que cada um de nós, da sua maneira, adaptou-se à reclusão, agora somos convidados a retomar a vida “normal”, com os devidos cuidados, mas, voltar ao convívio social.

Não sei o quanto você de fato se isolou, e o quanto difícil é voltar a conviver presencialmente, de qualquer maneira, nos submetemos as circunstâncias, que são além da minha, ou sua vontade, simplesmente é assim.

Reconheço o quão desafiador é desenvolver esta força de caráter, que tem relação direta com a habilidade de processar informação emocional. Tanto de origem interna quanto externa. 

Faz menção à capacidade de entender e administrar emoções, avaliar os próprios sentimentos, desempenho, motivos, agir de forma sábia em relacionamentos, identificar e avaliar o conteúdo emocional nas expressões e gestos dos outros e utilizar esta informação para facilitar as interações sociais.

Observe o quanto é necessário desenvolver esta expertise, principalmente agora, em que existe tanta dificuldade de retomar a vida, e que nos adaptamos ao viver em casa, isolados, e o quanto somos capazes de agir com inteligência emocional, para que nossas relações sejam positivas e convertam nesta inteligência social.

Esta habilidade revela uma pessoa com empatia, uma sensibilidade ao estado emocional do outro, constrói relacionamentos positivos, são amigáveis e receptivos às ideias do outro, encoraja e estimula as contribuições daqueles que são mais contidos, ou que estão em maior dificuldade relacional.

Uma pessoa nesta força pode colaborar na reconciliação de conflitos de grupos, sabem usar o bom humor para acalmar os ânimos e emoções de alguma outra forma, quando o ambiente no grupo está tenso.

Te pergunto: você acredita que possui esta força de maneira expressiva? Qual momento considera mais desafiador utilizar esta habilidade? Como é benéfica para você e para os que estão ao seu redor? Como esta força impacta suas relações em diferentes setores da sua vida (família, carreira, amizades, grupos de estudos, relações amorosas)? Quando é prazeroso dispor desta habilidade? Você acredita que pode colaborar com as pessoas que estão com dificuldade de retomar a convivência, como mencionei na síndrome da cabana, ou em outras circunstâncias?

Se você se reconhece nesta força, sua presença e atuação são importantes neste momento. Acolher, direcionar, auxiliar, ver que não significa carregar, salvar, fazer pelo outro, nesta posição fracassamos, não damos conta, mas no posicionamento centrado desta inteligência social, podemos contribuir para a diferença nas relações no mundo.

Lembre-se que esta força auxilia na resolução de problemas e conflitos, portanto, não faça além do seu limite, para que você não crie uma complicação em sua vida. Dê apenas o que você pode, e entregue apenas o suficiente ao outro, para que este possa dar os primeiros passos, a caminhada é uma jornada individual.

Invista em autoconhecimento, em inteligência emocional, observe em que momento é assertivo a sua intervenção, e se perceber que precisa de ajuda, busque. É fundamental reconhecer o que você está sentindo e o quanto tais sentimentos estão afetando a sua vida para, então, acionar o suporte de um profissional da área de saúde, seja para você, ou para alguém que você identifique, como aqui citado, na síndrome da cabana.

A pandemia nos ensina algo poderoso, o contato com o nosso mundo interior, e faz parte da história da humanidade, períodos pandêmicos. Já vivemos isto antes, vamos transpor o episódio covid-19, e outros adiante, tomarão conhecimento de como superamos tudo isto. Estamos escrevendo um capítulo importante da trajetória humana.

E se desejar aprofundar neste assunto, eu te convido a leitura do livro: 2020 o ano em que o mundo parou, e você? Eu participei como coautora, este é o meu capitulo: Tempo se trata de algo maior, soberano e implacável, pela Editora TBC (The Best Coach Brasil).

Dica de ouro: Equilíbrio de troca entre dar e receber nas relações, sejam estas relações quais forem. Se infringida esta lei, aquele que dá demais na potência desta força, pode acabar reprimindo as pessoas que fazem parte de seus grupos sociais e centralizar em si todas as atenções. Esse comportamento exagerado pode causar muito incômodo nas pessoas e acabar por afastá-las, o que pode ser negativo para as suas relações profissionais e pessoais.

Sabedoria para utilizar esta força. Observe e avalie constantemente seus grupos de interação, e perceba se a lei de equilíbrio vigora. Se estiver na medida certa, você será muito bem vindo com suas ideias de ajuda e solução, mas, se de alguma maneira você percebe o esquino no outro, mesmo que a sua intenção seja positiva, talvez seja o momento de recuar, e dar um pouco menos, para que as pessoas solicitem apenas o suficiente, e cheguem até você. Mantenha-se aberto e disponível, mas não se precipite.

Tudo que é demais, gera desequilíbrio. Mantenha-se em seu eixo, no seu lugar!

***

Crystiane Faria Feijes

Uma profissional que olha para a mente humana: consciente e inconsciente, as relações intra e interpessoais, a família, a estrutura da formação da psique (traumas, sintomas, dores e doenças), as forças de caráter, saúde mental, sonhos, sucesso, sentido da vida, são assuntos recorrentes nestes 10 anos de atendimentos psicanalítico e sistêmico. E quanto mais ela se coloco a serviço deste algo maior, que envolve a todos nós, mais observa o universo brilhante, e ainda inexplorável que somos.

Crystiane Faria Feijes

Eu sou uma ajudante de pessoas, à serviço da Humanidade, e me coloco a servir a mais de dez anos, com as expertises de Psicanalista, Palestrante, Facilitadora em Constelação Familiar (Hellinger), Especialista em Psicologia Positiva, Mentora, Master Coach Trainer (IBC), Treinadora em Desenvolvimento Humano, Hipnoterapeuta Clínica e Ericksoniana, Master Practitioner em PNL Integrativa Aplicada, Relações Públicas (Metodista) e Escritora. Idealizadora e fundadora do IOSI (Instituto Origem do Ser Integrado).

Graduanda em Psicologia, sou engajada no estudo contínuo da psique, do comportamento e das relações humanas, observáveis em sua singularidade e complexidade, nestes anos de setting psicanalítico. Assuntos relacionados ao autoconhecimento, saúde integrativa (biopsicossocial espiritual), bem-estar, felicidade, empoderamento dos recursos e habilidades e sistema familiar, são enfoques da minha dedicação profissional e projeto de vida.

Anterior
Anterior

Ser Jovem: Saúde mental no estresse escolar

Próximo
Próximo

Estar na Pele do Carlos: Página 07