Como fazer para manter o equilíbrio emocional frente a todas as exigências sociais?

Wallace Chuck/ Pexels

Você já teve o desejo de não se preocupar com o que as pessoas pensam sobre você? Esse sentimento é mais comum do que imaginamos e reflete o quanto somos dependentes da sociedade para mantermos nossa saúde mental. Como fazer para manter o equilíbrio emocional frente a todas as exigências sociais? Vamos refletir sobre algumas explicações e encontrar alternativas. 

O que somos, pensamos, sentimos é um produto de nossa história como espécie humana, das influências da cultura a qual fomos expostos, e de nossa história pessoal.  

“Você já parou para pensar em como seus comportamentos atuais são influenciados pela história da espécie humana?  Saberia dizer o que isso significa? ”

É simples de entender se pensarmos na diferença entre o nascimento de outros animais mamíferos como um bezerro por exemplo, e nós, seres humanos.  O bezerro assim que nasce, se levanta e vai procurar pela mãe para mamar. Como é o nascimento de um humano? Se um bebê nasce e a mãe não o pega, ele nem consegue virar de barriga para cima sozinho!

Nós humanos PRECISAMOS de muitos cuidados, desde o nascimento.  Precisamos de ajuda para nos proteger, para comer, para higiene, etc. e etc. E por essa característica de dependência é que precisamos de outras pessoas para viver.

Ampliando a nossa necessidade física, temos ainda nossas necessidades psicológicas de atenção, carinho, proteção, amor. Por isso é necessário vivermos em grupo.  Agora a pergunta: como poderíamos viver em grupo sem nos preocupar com o que os outros vão pensar sobre nós? Como viveríamos num grupo em que cada um quer fazer o que lhe atende, sem pensar no coletivo? Como seríamos aceitos pelo grupo sem nos adequar às normas e cultura?

Por essa característica da espécie humana, nos tornamos sociais, e, portanto, precisamos nos adaptar e pertencer a grupos. Isso não é uma escolha nossa, é uma necessidade de cada ser humano. E são esses grupos que nos julgam, nos dizem quem somos, ou o que deveríamos fazer.

Incluindo dizer quem é normal, o que é certo, o que é aceito.  E quando destoamos do padrão que esta cultura afirma ser o adequado, somos julgados e por vezes, rechaçados. O quanto você tem percebido que as publicações nas redes sociais influenciam a vida das pessoas?  E a sua vida?    

Esta é a causa de nossa saúde ou doença mental. Atender ou não a padrões, nos cobrarmos sobre o que deve ou não ser sentido, como sentir, como expressar, quando expressar ou até mesmo sobre não poder expressar o que somos, pensamos ou sentimos.

E muito além das causas, as consequências da saúde mental também não são individuais. Você já imaginou a repercussão de um suicídio numa família, na comunidade religiosa, para os amigos do trabalho ou na escola?  Ou de um familiar com crises de pânico que não sai mais de casa?

Somos seres sociais e tudo o que fazemos tem influência social e interfere na comunidade.  Por isso não é possível deixar de pensar no que o outro vai achar de você. Mas é necessário entender a origem desse pensamento, para saber que é normal querer ser aceito, pertencer. 

“Porém o que fará a diferença para uma vida saudável, é estarmos constantemente conectados aos nossos objetivos pessoais, ao que é importante para nós, para não nos perdermos nas diversas exigências, dos diferentes grupos dos quais participamos.”

É preciso compreender se os anseios, desejos, sonhos são seus, ou se estão sendo ditados pelo grupo. Encontrar grupos que tenham objetivos semelhantes aos seus.  Se conectar com pessoas, manter relacionamentos que te aproximem dos seus valores.

Saber avaliar as relações para as quais se dedicar.  Entender seus reais valores.  Estes são os pontos fundamentais para a manutenção do equilíbrio e da sua saúde emocional.

***

Erika Scandalo

Especialista em Psicologia Clínica Comportamental, produz conteúdo sobre a vida e como aproveitá-la de diferentes formas. Acredita que a felicidade é consequência de uma visão proativa sobre as dificuldades. Ser feliz é mais um olhar sobre o que se é, do que ter tudo o que se quer.