Qual o impacto dos relacionamentos na saúde da mente?
Bons relacionamentos protegem nossa saúde mental e bem-estar em qualquer fase da vida. As pessoas que estão mais conectadas socialmente são mais felizes, fisicamente mais saudáveis e vivem mais. É importante lembrar que são boas relações de apoio que protegem nossos corpos e nossas mentes.
O relacionamento que você tem consigo mesmo
Experimente este exercício: imagine estar em um relacionamento com alguém que você não amava, que descobre ser sem futuro e que não vale a pena estar junto, já que não é bom o suficiente. Agora imagine que você precisa estar nesse relacionamento pelo resto da sua vida. Como seria esse relacionamento? Como esse relacionamento afetaria seus pensamentos, comportamento e vida cotidiana?
É importante avaliar o relacionamento que você tem consigo mesmo. Pergunte a si mesmo: você falaria com alguém do jeito que fala sobre si mesmo?
O autocuidado é sobre cuidar de você e da sua saúde da mente. O relacionamento que você tem consigo mesmo é crucial para o seu bem-estar e, também, para criar relacionamentos saudáveis e felizes com os outros. Ser gentil consigo mesmo regularmente é uma das melhores coisas que você pode fazer por si mesmo.
O autocuidado pode parecer diferente para cada pessoa. Para alguns, o autocuidado pode reservar um tempo para descansar toda semana; para outros, pode ser suar na academia ou correr ao ar livre. O autocuidado pode ser dar um passeio no bairro, passar um tempo na natureza ou, ainda, ver ou falar com amigos, regularmente.
Aqui estão alguns hábitos que você pode começar hoje e que podem trazer uma mudança positiva para melhorar seu relacionamento consigo mesmo:
Invista em você mesmo. Gaste de 15 a 30 minutos todos os dias fazendo algo que goste e te anime.
Quando seu “crítico interno” ou outra pessoa encontrar “falhas” em você, tente analisar a verdade da situação, sem julgamentos apenas observando os fatos reais.
Se você tropeçar ou sentir que fracassou, não se machuque. Aja como se você fosse seu próprio melhor amigo: seja gentil e solidário.
Faça algo para relaxar no final de cada dia.
Tire alguns minutos por dia para se apreciar e se cuidar.
Relacionamentos com os outros
Como os relacionamentos dos casais saudáveis tendem a parecer?
Os relacionamentos saudáveis devem permitir que as duas pessoas do relacionamento se sintam amparadas e conectadas, mas, também, permitem que cada pessoa mantenha sua independência. Comunicação e definição de limites são dois componentes importantes de um relacionamento saudável.
Relacionamentos saudáveis
Os seguintes traços são, frequentemente, descritos como presentes em relacionamentos saudáveis.
Tratam-se com respeito.
Protegem e valorizam o relacionamento e o tornam uma prioridade - por exemplo, investem tempo no relacionamento.
Existe confiança.
Escutam com atenção umas às outras e há um compromisso.
Podem ser responsáveis por suas próprias necessidades e também cuidar do relacionamento.
Argumentos ou brigas não levam a abusos ou ameaças (por exemplo, término do relacionamento).
Podem falar abertamente umas com as outras sobre seus pensamentos e sentimentos.
Sentem-se apoiadas para fazer coisas de que gostam e, assim, o relacionamento é nutrido.
São honestas uma com a outra e podem ouvir o feedback umas das outras sem que isso leve a um abuso emocional.
Não há abuso: físico, verbal ou emocional (por exemplo, “tratamento frio” ou ignorando).
São capazes de respeitar e impor limites no relacionamento.
Dicas universais para manter relacionamentos saudáveis
A qualidade do seu relacionamento é a chave para manter sua saúde e felicidade, mais do que o número de relacionamentos que você tem. É melhor ter alguns amigos próximos com quem você pode conversar, se algo estiver incomodando você, do que ter muitos conhecidos. As dicas e sugestões a seguir podem ajudar a melhorar os relacionamentos que você tem com as pessoas ao seu redor.
Reserve tempo
Separe mais tempo do seu dia para se conectar com amigos e familiares.
Estar presente
Pode ser tentador verificar o seu telefone, mensagens no Facebook ou até mesmo checar e-mails quando estiver com a família e amigos. Tente estar presente e aproveite o momento com seus entes queridos.
Ouça
Escute com atenção o que os outros estão dizendo de maneira não crítica e concentre-se nas necessidades deles naquele momento.
Ser escutado
Compartilhe como você está se sentindo, honestamente, e permita-se ser ouvido e apoiado.
Reconheça relacionamentos não saudáveis
Estar perto de pessoas positivas pode nos tornar mais felizes; no entanto, o nosso bem-estar pode ser negativamente afetado por relacionamentos tóxicos, deixando-nos infelizes. Reconhecer isso pode nos ajudar a avançar e encontrar soluções para os problemas.
Cuidado com relacionamentos tóxicos
Em geral, os relacionamentos são bons para nós e, para a maioria de nós, são essenciais para uma boa vida, mas isso não é verdade para todos os relacionamentos. Às vezes os relacionamentos em nossas vidas podem ser prejudiciais, como por exemplo, quando são caracterizados por bullying ou abuso físico ou emocional. É importante lembrar que relacionamentos tóxicos não se limitam apenas a nossas parcerias românticas; uma pessoa pode ter um relacionamento prejudicial com um amigo, colega de trabalho ou até mesmo um membro da família.
Embora a violência doméstica seja mais comum entre as mulheres, os homens também podem vivenciá-la e podem ser expostos à mesma gama de relacionamentos potencialmente negativos. Essas relações tóxicas são definidas por uma dinâmica doentia da qual duas pessoas participam.
Aqui estão alguns sinais a serem observados ao avaliar se você está em um relacionamento tóxico ou prejudicial:
Você não se sente bom o suficiente. Você sente que nada do que faz está certo e está constantemente tentando provar seu valor. Você constantemente procura a aprovação da outra pessoa.
Você não pode ser você mesmo. Você sente que está sempre andando sobre ovos e tem que monitorar tudo o que você diz e faz. Você acha que precisa pensar duas vezes antes de falar, já que certos tópicos estão fora dos limites, e sente que precisa agir ou se comportar de determinada maneira. Você está com medo de falar sobre as coisas porque não tem certeza de como a outra pessoa reagirá.
A outra pessoa te coloca para baixo ou te humilha.
Você sente que é o problema. A outra pessoa não assume responsabilidade por suas ações e, ao invés disso, culpa você. Ela atribui qualquer problema ou dificuldade no relacionamento como tudo culpa sua.
Você começa a desistir de participar de atividades ou ver pessoas em sua vida.
Alguns relacionamentos negativos podem ser reparados, mas ambas as pessoas no relacionamento precisam estar comprometidas em trabalhar nele. Se você está em um relacionamento tóxico e ambos concordam em trabalhar para mudar essa dinâmica, você buscar apoio de um profissional. Ver um terapeuta, seja como casal ou individualmente, especializado em trabalhar com questões interpessoais, pode ajudá-lo a encontrar maneiras de superar quaisquer dificuldades.
Se você está preocupado com um relacionamento prejudicial, violência doméstica ou violência por parceiro íntimo, você pode entrar em contato com:
A denúncia de violência doméstica pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher.
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela Central são encaminhados ao Ministério Público.
Chamar a PM – Disque 190
Quando não há uma delegacia especializada para esse atendimento, a vítima pode procurar uma delegacia comum, onde deverá ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, uma viatura da Polícia Militar é enviada até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o agressor é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas (se houver).
Conheça locais de atendimento psicológico gratuito disponíveis pelo governo e por outras instituições e locais que atendem por contribuição consciente AQUI.
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Artigo originalmente publicado no Mental Health Foundation UK, livremente traduzido e adaptado pela equipe do Instituto Bem do Estar.
Fonte: Justificando.com