Estar na Pele da Ana: Página 01 

Olá, meu nome é Ana, tenho 32 anos e trabalho com pós-produção de vídeos. Sou uma pessoa ansiosa, e nos últimos meses, por diversos acontecimentos que me acometeram, tive que lidar seriamente com isso.

Foto: freestocks / Unsplash

Foto: freestocks / Unsplash

Há dois meses, passei por alguns acontecimentos de muita mudança na minha vida. Terminei um relacionamento, inesperadamente, com alguém que amo muito; vi minha terapeuta entrar em coma e em duas semanas vir a óbito; meu futuro “job” foi cancelado por conta da pandemia atual, e por fim veio o isolamento social por conta da mesma pandemia.

Tive dias terríveis, nos quais apenas chorava pelas perdas ou incendiava minha cabeça com as preocupações com contas, contrato e o futuro incerto diante de uma situação mundial sem qualquer precedente.

Passei noites em claro e dias turbulentos, sentia constantes taquicardias, não conseguia relaxar, ficava oscilando entre, remoer a dor que estava tentando negar, pra mim mesma, que estava sentindo e ser fria para resolver a parte burocrática de toda essa reviravolta.
Até o dia, no auge de um desses momentos, que parei, respirei fundo, senti meu coração bater, ouvi atenciosamente o barulho dos carros que passavam na rua, chorei um pouco, respirei novamente e me lembrei de um trecho de um livro que estava lendo que diz:

Cada momento é o único espaço onde a vida pode acontecer.

Então decidi parar de anular os meus dias com tanta angústia e suposições, precisava voltar para o momento presente, viver um dia de cada vez novamente. Mas, é claro que isso não aconteceu de uma hora pra outra. Nos dias que seguiram fiz um pacto comigo de que toda vez que qualquer pensamento me trouxesse angústia, ansiedade, ou qualquer sentimento que me tirasse do presente eu iria parar e refletir sobre ele, sobre o porquê ele me causava aquilo e depois deixaria ir, pois assim como o turbilhão de pensamentos veem, também podemos fazê-los ir.

Passei a ler mais, a meditar, escrever, a olhar pra mim com mais cuidado.

Faz um mês que estou nesse exercício diário, e não, não é nada fácil, é um diálogo constante comigo mesma, não sobre o que está acontecendo, nem o que passou ou tão pouco sobre o que será do amanhã, é um diálogo sobre o agora, sobre o hoje ou o exato momento.

Não há ninguém que possa me conhecer mais do que eu mesma, porém às vezes dói, mas também, me faz ver quem de fato sou, não sob a opinião de alguém, e sim sob a minha.

Acredito que dentro de todo esse momento em que vivemos, em que tudo está fora do controle, ou pelo menos fora do meu controle, uma boa alternativa é buscar estar em equilíbrio, e isso não significa que entrei numa bolha e só vou sair quando tudo estiver bem, mas justamente sair da minha bolha e entender o que me traz paz.; o que me causa alegria e bem estar; e  o que posso fazer por mim pra ficar bem?

Não achei a fórmula perfeita, mas estou tentando encontrar a minha melhor fórmula de bem estar. Sinto saudades, às vezes choro, fico em silêncio, exponho minhas fragilidades para os meus amigos de confiança - que são extremamente essenciais em momentos difíceis, mas acima de qualquer coisa busco todos os dias estar presente, pois percebi que me puxando para o presente faz com que minha ansiedade tenha cada vez menos espaço nos meus dias.

Contudo, tenho aprendido que a vida muda o tempo todo e que quanto mais estamos prontos para tal acontecimento, menos vamos sofrer com eles. Perder pessoas queridas dói, separação... oh se dói, ter que ficar em casa sem poder sair, chega uma hora que também dói. E entendi, ou melhor, aceitei que não tem problema algum doer, o problema está em deixar essa dor tomar conta de todos os espaços não apenas do espaço que lhe compete.

***

Ana Cardoso

Apaixonada pela vida.

Rir e fazer rir é uma boa dose de terapia da felicidade. Quando rimos, damos ao cérebro um momento de pausa, para viver apenas aquela sensação.

Escrever me liberta, me conecta a minha constante metamorfose, me ajudando a entendê-la melhor a cada dia. Quando compartilhamos o que sentimos, ou vivemos, estamos de alguma maneira nos curando.

O amor pra mim é a melhor e maior escolha para um mundo melhor.

Ana Cardoso

Apaixonada pela vida.

Rir e fazer rir é uma boa dose de terapia da felicidade. Quando rimos, damos ao cérebro um momento de pausa, para viver apenas aquela sensação.

Escrever me liberta, me conecta a minha constante metamorfose, me ajudando a entendê-la melhor a cada dia. Quando compartilhamos o que sentimos, ou vivemos, estamos de alguma maneira nos curando.

O amor pra mim é a melhor e maior escolha para um mundo melhor.

Anterior
Anterior

Como o isolamento social está afetando o comportamento alimentar?

Próximo
Próximo

Estar na Pele do Kenzo: Página 03