Estar na pele da Andrea: página 04
O mês de setembro me traz muita reflexão por ser o mês de prevenção ao suicídio.
Eu tenho conhecidos próximos que tiveram alguém da família que não aguentou o que se passava na vida e resolveu que era a hora de acabar com o sofrimento.
É extremamente triste, pois você começa a se questionar e se colocar no lugar da pessoa que deu fim à própria vida. O que me vem na minha cabeça é o tamanho da angústia, do sofrimento e da falta de esperança que faz com que algo tão grave e terminal seja feito.
Acredito que a falta de consciência coletiva sobre os problemas da mente faz com que muitos não saibam que existe solução e o pior pode ser evitado.
E não adianta pensar ou falar: mas por que não pediu ajuda?
Eu te digo: porque não é fácil!
Quem não está bem, muitas vezes não consegue por si só buscar auxílio ou simplesmente comentar sobre o que se passa. É uma mistura de vergonha e de falta de esperança que muitas vezes não parece que vale a pena melhorar.
Nunca cheguei a ter pensamentos suicidas, mas já pensei sim muitas vezes em ter um outro tipo de doença, um grande machucado para poder trazer para fora tudo aquilo que me incomodava internamente. A dor é tão grande, mas é invisível para quem olha de fora. E hoje em dia, muito incompreendido.
Eu sinto demais por aqueles que não tiveram com quem falar, não tiveram a oportunidade de ser ajudado, de ter alguém perto que percebeu o que estava acontecendo.
É preciso que todos saibam que isso é real! Que a saúde mental é um assunto muito sério e que precisamos estar mais atentos aos familiares e amigos e poder dizer: estou aqui! Precisando, fale comigo! Ou se não conseguir falar, posso só ficar do seu lado.
Se você não sabe como ajudar, faça a pessoa se sentir amada, importante e suficiente. Isso já é um grande começo!
Não espere que te peçam ajuda. Faça o que puder, sem invadir muito a vida alheia, mas mostre que você se importa.
E assim, acredito num mundo mais consciente e cheio de respeito por aqueles que estão passando por momentos difíceis. Está tudo bem ter dias que não estamos bem. Mas eles passam e dias melhores sempre chegam.
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Andrea Britto
Brasileira-Canadense, mãe, esposa, filha, irmã, amiga, empreendedora e apresentadora do podcast Dose de Energia. Apaixonada por desenvolvimento pessoal, tenho como objetivo de vida espalhar pelo mundo mensagens de inspiração, conhecimento e consciência sobre nossas mudanças e desafios. Acredito muito nas pessoas e que todos nós oferecemos o melhor que temos no momento em que estamos e, por isso, podemos sempre evoluir e então inspirar aqueles que nos observam - buscando assim um mundo melhor.
Um poema sem fim" é como a Laura descreve seu processo terapêutico. Entre sonhos realizados e sentimentos de falta, ela compartilha a realidade de viver em meio a contradições. Tanta vontade de viver, mas também o peso de uma leveza que parece desconfortável.