Estar na Pele da Lilly: Página 03
Meses atrás eu me inscrevi em um concurso de poesia com a intenção inicial de apenas obter algum feedback (fosse ele positivo ou negativo). Conforme os meses foram passando, passei a acreditar que poderia sair pelo menos como uma das finalistas e a expectativa cresceu confortavelmente em mim. Porém, eu não passei. Imediatamente fiquei bem triste e logo comecei a me invalidar, me auto depreciando e criticando maldosamente o meu trabalho. Depois de algum tempo, diria que foram alguns dias, comecei a lutar contra aquele comportamento porque percebi que eu não estava sendo justa comigo.
Mas nem sempre o lampejo de esperança se concretiza em certeza e somos abandonados a sensação do falso calor do Sol no inverno. E são nesses momentos que devemos nos lembrar que brilhamos por nós mesmos. Como em qualquer aspecto de nossas vidas, não podemos depender da validação dos outros para nos valorizarmos. Mas, às vezes, em situações em que recebemos desaprovação alheia, tendemos a nos reprovar impiedosamente, nos esquecendo do quanto já conquistamos.
Diante da recusa do concurso, eu me esqueci do dia iluminado em que me descobri como aspirante à escritora e da seguinte negação devido à pressão social. Me esqueci dos anos em que escrevi poesia em segredo e do processo de autoconhecimento que possibilitou a aceitação da minha verdade. Me esqueci da luta que foi entrar em um curso que possibilitasse o desenvolvimento da minha escrita e de todas as conquistas maravilhosas que vieram depois disso. Participei de uma antologia poética, fui convidada para escrever em uma revista e ganhei esse lugar na coluna do Instituto.
Como eu poderia considerar desvalorizar tudo isso, apenas por uma única eventualidade que não ocorreu como o planejado? Mas a verdade é que, por um breve período de tempo, eu considerei. Por isso, venho fazer um convite a todos que estão passando ou já passaram por uma situação parecida: ainda que nos deparamos com dificuldades tempestuosas pelo caminho, que continuemos brilhando por nós mesmos porque, no final, essa será a maior luz que qualquer um poderá nos dar.
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Lilly Alpina
Eu encontrei um refúgio nas palavras quando ainda era uma pequena menina. Sempre que a tarefa era escrever uma redação, eu ultrapassava o limite de linhas em páginas. Agora que cresci um pouco, entendo o porquê. É uma ponte para o meu interior que me ajuda a me conectar com as minhas emoções e a entendê-las. E assim como é para mim, espero que seja também para outros. Espero que, de certa forma, as minhas palavras lhes confortem e sirvam como um espaço para o autoconhecimento.
Nosso desejo sexual pode variar ao longo da vida e isso não é um problema. Dependendo da nossa rotina, da nossa saúde física e mental, da nossa idade, da nossa sensação de bem-estar, dentre outros fatores, podemos estar com maior ou menor libido, sem necessariamente ter algo de errado. Mas quando essas alterações se tornam persistentes e prejudicam a vida da pessoa, algo deve ser feito para reequilíbrio do organismo.