A Importância da autoestima e a relação com o Janeiro Branco

O Janeiro Branco é uma campanha de conscientização do cuidado com a saúde mental, marcando o primeiro mês do ano. A iniciativa foi criada em 2014, por um grupo de psicólogos de Uberlândia, Minas Gerais. A escolha do período justifica-se em como o início de um novo ano, pode gerar ou aumentar a ansiedade, seja pela frustração de não ter cumprido metas do ano anterior, ou pelo anseio por mudanças. O Brasil está no 1º lugar do ranking de países mais ansiosos do mundo, com 18,6 milhões de pessoas com algum transtorno de ansiedade.

No entanto, a saúde da mente não merece atenção apenas no Janeiro Branco, é necessário ter cuidado durante todo o ano, é um aprendizado para toda vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada quatro pessoas sofrerão com algum transtorno mental durante a vida.

Foto: De'Andre Bush / Unsplash

Foto: De'Andre Bush / Unsplash

Diante disso, cuidar da saúde da mente é de extrema importância e requer, principalmente, o autoconhecimento. Devemos buscar conhecer nosso interior, nossas questões, nossos sentimentos, nossas reações e respeitar nossos limites. Observamos tudo à nossa volta. Mas e quanto ao nosso interior?


Então, qual o papel da autoestima frente a este panorama?

A autoestima simplesmente rege toda a nossa forma de autocuidado, a forma como manifestamos o amor próprio e nossas relações. Se nos estimamos, cuidaremos então das emoções e sentimentos. Agora, se existe baixa autoestima, dificilmente prestaremos atenção nesses aspectos que são importantíssimos para manter uma vida saudável.

A autoestima é um conjunto de atitudes e percepções avaliativas que o sujeito tem de si mesmo. Por exemplo: como lida com as ideias negativas e positivas que carrega e como elas refletem em sua a vida subjetiva e em sua satisfação ou insatisfação com situações vividas.

Não está ligado somente a questões estéticas, como muitos pensam. Vai muito além disso! Pessoas com a autoestima elevada tendem a se relacionar melhor consigo mesmas e, como consequência, com os outros, fazem novas amizades facilmente. Além disso, estas pessoas também encaram os desafios de forma mais autoconfiante, com isso lidam melhor com situações estressantes que exigem mais de si mesmas.

Já o contrário, aquelas que têm uma imagem negativa de si mesmas geralmente apresentam mais dificuldades em se relacionar com terceiros e lidar com os desafios. A baixa autoestima gera mais estresse e depressão. Outro problema é que este grupo de pessoas tem menor disposição para a prática de atividades físicas ou para manter uma dieta saudável. Isso também causa impactos à saúde da mente.

Sendo assim, a autoestima é um importante indicador de saúde da mente, pois interfere significativamente nas condições afetivas, psicológicas e sociais.

A baixa autoestima pode desencadear ansiedade, transtorno do pânico, depressão, transtornos alimentares, fobia social, distúrbio do sono e até suicídio.

A autoestima e os transtornos mentais possuem relação direta e, por esta razão, cada vez mais homens e mulheres vêm procurando os serviços especializados, buscando ajuda para melhorar essa condição.

É necessário ter clareza de que a autoestima é sim um indicador de saúde da mente e que cuidar do interior é tão ou mais importante do que cuidar do exterior, da estética. É de extrema importância reconhecer seus limites e buscar ajuda especializada sempre que necessário.

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Camila Jacob

Graduada em psicologia pela PUC Campinas, há 16 anos. Especialista em Treinamento em Psicoterapia Breve Psicanalítica, pela Unicamp. Atuou por 10 anos, como Matriciadora de Saúde Mental na Rede Pública. E trabalha com Psicoterapia, há 16 anos, em consultório próprio.

Camila Jacob

Graduada em psicologia pela PUC Campinas, há 16 anos. Especialista em Treinamento em Psicoterapia Breve Psicanalítica, pela Unicamp. Atuou por 10 anos, como Matriciadora de Saúde Mental na Rede Pública. E trabalha com Psicoterapia, há 16 anos, em consultório próprio. 

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