Impacto das feridas de infância no adulto

Os traumas vividos em nossa infância se transformam em uma bagagem que carregamos por toda a vida se não resolvermos.

Durante nossa infância diversas situações acontecem, que podem ocorrer a pessoas próximas ou a nós mesmos. Muitos deles acabam se transformando em traumas de infância, porque não os superamos ou simplesmente não sabemos como enfrentá-los, pois ninguém nos ensinou a lidar com eles. A falta de ferramentas para nos manter tranquilos e superar esses problemas pode acarretar uma série de complicações em nossa vida com o passar dos anos.

Foto: Seabass Creatives / Unsplash

Foto: Seabass Creatives / Unsplash

Superar obstáculos

Aprendemos a administrar as nossas emoções, a superar os obstáculos que aparecem em nosso caminho e a lidar com os reveses da vida graças ao aprendizado que recebemos quando crianças. Aquilo que mostramos ou explicamos aos nossos filhos será o que eles absorverão e entenderão para seguir com suas vidas. Assim funciona a educação e é na fase inicial que as crianças absorvem a maior quantidade de informações por meio da aprendizagem. 

Não faz diferença se explicamos isso por meio de palavras - nossos atos, emoções ou ações serão os mais presentes, pois somos a principal referência.

A realidade é que não há uma única forma de educar, de ensinar a sentir e a lidar com nossas emoções. Cada pessoa é um mundo, e, portanto, devemos fazê-la entender que o sentimento é normal, mas que ao sentir algo negativo, deve-se trabalhar para solucioná-lo e não deixar passar. 


Principais traumas infantis

O caminho que cada criança, a medida que cresça, será uma escolha pessoal. Nosso apoio será fundamental, assim como nosso afeto. A verdade é que alguns dos traumas de infância mais comuns são de origem familiar.


Medo do abandono

As pessoas que durante sua infância ficaram sozinhas por muito tempo, por qualquer motivo, seja porque os pais ou responsáveis não puderam passar muito tempo com elas, tendem a ser pessoas mais inseguras. O hábito de estar tanto tempo sozinhas pode parecer algo normal para elas, mas, inconscientemente, se tornam dependentes emocionais, porque têm medo de ficar sozinhas.

 

Violência familiar

A violência não é a solução de um problema e as explosões de raiva também não. Aprender que as coisas são resolvidas conversando é muito importante, pois uma simples fatia de bolo ou um tapinha no bumbum deixam de ser benéficos para nossos filhos.


Rejeição

Muitos pais, inconscientemente, rejeitam seus filhos e, ainda que muitos evitem, as crianças acabam percebendo. Talvez não fosse o momento de ter outro filho ou que pareça um pouco pesado para um dos pais. A verdade é que a rejeição provoca uma dor emocional muito grande, causando uma dificuldade enorme da criança acreditar em si mesma, já que ela sempre se sentiu desvalorizada.

 

Injustiças 

Confiar nos outros é um dos valores que devemos ensinar aos nossos filhos, ressaltando o tratamento de igualdade com seus irmãos e com as outras pessoas. Desde pequenos eles terão a capacidade de entender se uma situação é justa ou injusta e, a partir daí, construirão suas relações futuras. Se os tratamos de forma injusta, eles poderão se tornar muito inseguros.

 

Promessas

Promessas como “Se você for aprovado, te dou este brinquedo” ou “Amanhã iremos patinar juntos”, quando não cumpridas porque as esquecemos ou simplesmente por não darmos a devida atenção, podem criar traumas emocionais. Talvez não para a pessoa que prometeu, mas para a outra parte. A criança pode criar uma  expectativa que se não realizada, pode gerar desconfiança.


Humilhação

Cada vez mais crianças sofrem bullying na escola ou crescem em ambientes sujeitos a brincadeiras de mal gosto constantes e desqualificação de atos. Situações como estas, geram autoestima baixa e até depressão na fase adulta.  


Medo

O medo do desconhecido ou mudanças simples pode gerar muita ansiedade. A paciência e a compreensão serão muito importantes, pois não se trata de expor a criança a enfrentar os seus medos  a princípio, mas de fazê-la entender pouco a pouco que esse medo não é tão ruim.

 

Estar atento ao nosso comportamento e a forma como o transmitimos, além de tentar compreender nossos filhos, os tornará mais fortes quando adultos.

 

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Artigo originalmente publicado no site Mundo Psicologos livremente traduzido e adaptado por Maira Cruz.

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