O que fazer (e não fazer) quando as crianças estão ansiosas

Como respeitar os sentimentos sem empoderar os medos

Quando as crianças são cronicamente ansiosas, mesmo os pais mais bem-intencionados podem entrar em um ciclo negativo e, não querendo que a criança sofra, acabam agravando a ansiedade da criança. Isso acontece quando os pais, antecipando os medos de uma criança, tentam protegê-la deles. Aqui estão algumas dicas para ajudar as crianças a escapar do ciclo de ansiedade.



Foto:Hannah Tasker / Unsplash

Foto:Hannah Tasker / Unsplash

1. O objetivo não é eliminar a ansiedade, mas ajudar a criança a gerenciá-la

Nenhum de nós quer ver uma criança infeliz, mas a melhor maneira de ajudá-la a superar a ansiedade não é tentar remover os estressores que a desencadeiam. É ajudá-la a aprender a tolerar sua ansiedade e agir da melhor maneira possível, mesmo quando está ansiosa. E como resultado disso, a ansiedade diminuirá ou desaparecerá com o tempo.

2. Não evite as coisas só porque deixam a criança ansiosa

Ajudar a criança a evitar o que ela tem medo fará com que se sinta melhor a curto prazo, mas isso reforça a ansiedade a longo prazo. Se a criança em uma situação desconfortável fica chateada, começa a chorar - não para ser manipuladora, mas apenas porque é assim que ela se sente - e seus pais a tiram dali ou “removem” o que ela tem medo, ela aprende esse mecanismo de enfrentamento, e esse ciclo tende a se repetir.

3. Expresse expectativas positivas, mas realistas

Você não pode prometer a uma criança que seus medos não são realistas - que ela não será reprovada em um teste, que se divertirá patinando no gelo ou que outra criança não irá rir dela durante uma apresentação. Mas você pode expressar confiança de que ela vai ficar bem, que será capaz de lidar com isso e que, quando enfrenta seus medos, o nível de ansiedade diminui com o tempo. Isso lhe dá confiança de que suas expectativas são realistas e de que você não pedirá que ela faça algo que com o qual ela não pode lidar.

4. Respeite os sentimentos dela, mas não os empodere

É importante entender que validar nem sempre significa concordar. Então, se uma criança está com medo de ir ao médico porque ela tem que tomar vacina, você não quer menosprezar seus medos, mas também não quer aumentá-los. Você precisa ouví-la e ser empático, ajudá-la a entender porque ela está ansiosa e incentivá-la a sentir que pode enfrentar seus medos. A mensagem que você precisa enviar é: "Eu sei que você está com medo, e tudo bem, e eu estou aqui, e vou te ajudar a superar isso".

5. Não faça perguntas direcionadas

Incentive seu filho a falar sobre seus sentimentos, mas tente não fazer as perguntas direcionadas como: “Você está ansioso pelo grande teste? Você está preocupado com a feira de ciências?”. Para evitar alimentar o ciclo de ansiedade, basta fazer perguntas abertas: “Como você está se sentindo com a feira de ciências?”

6. Não reforce os medos da criança

O que você não deve fazer é dizer, seja com seu tom de voz ou linguagem corporal: "Talvez isso seja algo que você deve ter medo.". Digamos que uma criança tenha tido uma experiência negativa com um cachorro, na próxima vez que ela estiver com um cachorro, você pode ficar ansioso sobre como ela responderá e, sem querer, enviar uma mensagem de que ela deveria estar realmente preocupada.

7. Incentive a criança a tolerar sua ansiedade

Informe seu filho que você valoriza o “trabalho” que demanda tolerar a ansiedade, a fim de fazer o que ele quer ou precisa fazer. É realmente encorajá-lo a se envolver na vida e deixar a ansiedade seguir sua curva natural. Chamamos isso de “curva de habituação” - ela diminuirá com o tempo, à medida que ele continua tendo contato com o estressor. Pode não cair para zero, pode não ser tão rápido quanto você gostaria, mas é assim que superamos nossos medos.

8. Tente manter “o tempo de antecipação” curto

Quando temos medo de algo, o momento mais difícil é realmente antes de fazer “essa ação”. Portanto, outra regra prática para os pais é realmente tentar eliminar ou reduzir o “tempo de antecipação”. Se uma criança estiver nervosa em ir a uma consulta médica, você não quer iniciar uma discussão sobre isso duas horas antes de ir; isso provavelmente deixará seu filho mais ansioso. Então, tente reduzir esse tempo ao máximo.

9. Pense nas coisas com a criança

Às vezes, discutir o que aconteceria se o medo de uma criança se tornasse realidade ajuda a controlá-lo - como ela lidaria com isso? Uma criança que está ansiosa por se separar dos pais pode se preocupar com o que aconteceria se eles não viessem buscá-la, por exemplo. Então, conversem sobre isso. Se sua mãe não aparecesse no final do treino de futebol, o que você faria? "Bem, eu diria ao treinador que minha mãe não está aqui." E o que você acha que o treinador faria? “Bem, ele ligaria para minha mãe. Ou ele esperaria comigo.” Para algumas crianças, ter um plano pode reduzir a incerteza de maneira saudável e eficaz.

10. Tente demonstrar maneiras saudáveis ​​de lidar com a ansiedade

Existem várias maneiras de ajudar as crianças a lidar com a ansiedade, como deixando-as ver como você lida com a sua ansiedade. As crianças são perspicazes e irão captar se você continuar reclamando por telefone a um amigo de que não consegue lidar com o estresse ou a ansiedade. Não estou dizendo para fingir que você não tem estresse e ansiedade, mas deixe que as crianças a ouçam ou a vejam administrando-a com calma, tolerando-a, sentindo-se bem em passar por isso.


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Artigo originalmente publicado no site da organização Child Mind livremente traduzido e adaptado por Mariana França.


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